Resumo

. Cad. Saúde Pública [online]. 2019, vol.35, n.10, e00076518.  Epub 07-Out-2019. ISSN 0102-311X.  http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00076518.

A categoria espacial da epidemiologia tem sido simplificada a uma mínima expressão pela epidemiologia moderna. Foi proposto dotá-la de sentido, e pensar sobre ela desde as condições na recreação da infância que reside no espaço urbano da cidade de Córdoba, Argentina. O estudo procurou analisar as percepções de diferentes atores, vinculados à vida infantil, que frequentam as escolas municipais sobre a possibilidade de uma prática físico-esportiva em território periférico. Foi realizada uma aproximação qualitativa à análise de dados, produzidos em sub-estudos de um projeto quadro, recuperando relatos de mães, pais, docentes e diretivos de escolas, equipes de saúde e autoridades da Secretaria de Educação da Municipalidade, resgatando as categorias teórico-analíticas que nos permitiram pensar nosso objeto. As concepções e significados ao respeito da prática físico-esportiva expressaram um predomínio do discurso biomédico, focado no “sadio” e “saudável”, uma institucionalização do “estilo de vida saudável e ativo”, una ideia de relação causal e lineal entre esporte/atividade física e saúde, uma olhada essencialista e sem sujeito desta prática. No nível do território periférico, surgem escassas oportunidades de recreação, com deficiente qualidade e quantidade de espaços e serviços públicos, e além de um forte sentido de insegurança. Finalmente, em relação ao nível estrutural, foi destacada a ausência do Estado na definição de uma política integrada para uma prática físico-esportiva desde a infância e de melhora do espaço público.

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