Justiça Social na Universidade: Uma Narrativa Sobre os Desafios, as Lutas e os Prazeres Que Acadêmicos Enfrentam Ao Empregarem a Pedagogia Critica em Programas de Formação de Professores de Educação Física no Brasil
Por Jorge Dorfman Knijnik (Autor), Carla Nascimento Luguetti (Autor).
Resumo
Muitas pesquisas demonstram os benefícios de educar para a justiça social em programas de formação de professores de educação física. Este corpo de conhecimento aponta que a pedagogia da justiça social permite que os professores recém-formados desenvolvam um maior senso de ativismo social e propósito comunitário em seu ensino, o que os posiciona com mais firmeza para enfrentarem os obstáculos políticos e profissionais existentes na carreira docente. A perspectiva da justiça social permite que educadores e alunos de programas de formação de professores de Educação Física trabalhem juntos para se conscientizar das estruturas de poder na sociedade que levam a injustiças sociais. Embora existam estudos abrangentes sobre justiça social e pedagogia crítica na formação de professores de Educação Física, há muito a aprender sobre como os educadores destes programas conceituam e implementam esta pedagogia. Particularmente no Brasil, existem poucas pesquisas que confrontam e analisam dados de inúmeras práticas pedagógicas emancipatórias em formação em educação física, a fim de transformar essas práticas em um corpo coerente de narrativas críticas e conhecimentos compartilhados. O objetivo deste artigo é, portanto, explorar os desafios, as lutas e prazeres que dois educadores em programas de formação de professores de educação física enfrentaram ao tentarem implementar a pedagogia crítica no Brasil. Um arcabouço teórico baseado na pedagogia crítica de Paulo Freire é empregado para discutir as narrativas complementares apresentadas neste artigo. Ao final, proclamamos nossa esperança de que a pedagogia crítica possa apontar alguns caminhos para as lutas político-democráticas em um momento em que a educação pública no Brasil está sob severo ataque promovido pelas forças de direita que atualmente ocupam as cadeiras presidenciais e do Ministério da Educação.