Resumo
No Brasil, os jovens ganharam uma especial centralidade na agenda social e política, e muitas iniciativas foram desenvolvidas a nível local, regional, estadual e federal, tanto por instituições estatais e órgãos do governo, igrejas e organizações não-governamentais. A mídia, em geral, tem apresentado notícias sobre os jovens, quase sempre vinculando-os a ações de rebeldia e violência, a relação com galeras, gangues e narcotráfico, quase sempre como vítimas de tais ações e, muitas vezes, como promotores. O objetivo deste trabalho é considerar a experiência brasileira no Estado do Acre sobre o nível de concretização da política nacional de juventude, atendendo especialmente às políticas de lazer, e explorar se e como as oportunidades de participação que as políticas públicas para a juventude parecem estimular são, de fato, percebidas e vividas pelos diferentes grupos envolvidos no processo, principalmente os jovens. A componente empírica foi composta por uma metodologia mista, onde na parte qualitativa se utilizou de entrevistas semiestruturadas e na parte quantitativa a aplicação de um questionário envolvendo decisores políticos, líderes comunitários, diretores de escola e jovens. Os resultados mostram que, como em outros países, as políticas ainda não estão à altura das expectativas e que é necessário um trabalho mais sistemático para garantir que a participação da juventude nas políticas seja de fato uma relevante experiência de cidadania.