Resumo

Durante anos, pesquisadores inseridos na área de fisiologia do exercício apontaram para o lactato como o principal causador da fadiga durante exercícios de alta intensidade. Hoje, por outro lado, já existem diversos estudos demonstrando que o lactato per se não possui qualquer efeito sobre a fadiga neste tipo de exercício, mas que a acidose muscular, ocasionada pelo acúmulo de íons hidrogênio no interior da célula muscular, seria o fator limitante para o desempenho físico durante exercícios físicos de alta intensidade. Assim, estratégias com o objetivo de atenuar a queda do pH intramuscular, como a suplementação de beta-alanina e bicarbonato de sódio, têm se destacado no cenário esportivo. Embora anteriormente destacado como vilão durante esforços intensos, a suplementação de lactato vem recebendo especial atenção em anos recentes. A suplementação com este composto teoricamente pode aumentar os níveis sanguíneos de pH e bicarbonato, aumentando a capacidade de tamponamento extracelular, e por consequência, o desempenho físico. A suplementação com lactato também pode aumentar os níveis sanguíneos deste composto, aumentando sua disponibilidade como substrato para a gliconeogênese. Assim, estudos tem surgido com o intuito de avaliar a eficácia do lactato como tamponante e como substrato energético. Os poucos estudos até agora conduzidos, entretanto, não nos permitem atestar a eficácia ergogênica desta estratégia nutricional. A falta de estudos dose-resposta sobre as variáveis sanguíneas que caracterizam o mecanismo de ação do lactato, bem como de aplicação de testes físicos com baixo coeficiente de variação e boa validade externa exemplificam a necessidade de mais estudos investigando a eficácia ergogênica desta estratégia nutricional.

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