Resumo

Este artigo objetiva investigar as intersecções de gênero/raça nas trajetórias socioespaciais de cineastas negras, tendo em vista compreender as estratégias por elas utilizadas para enfrentar o racismo e o sexismo, em seu fazer cinematográfico e em suas vivências de lazer. A pesquisa fundamenta-se nas contribuições do pensamento decolonial, do feminismo negro interseccional, dos estudos críticos do lazer e do cinema. A metodologia desta pesquisa qualitativa contou com estudo bibliográfico e entrevistas em profundidade com sete cineastas negras, as quais foram analisadas com o auxílio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo-DSC. As principais estratégias que detém a potência de sentido para enfrentar o racismo e o sexismo no fazer cinematográfico e nas vivências de lazer das entrevistadas são as narrativas de si, a participação em associações de coletivos pretos e festivais de cinema com temática negra e a vivência de um "lazer diferenciado", que possa ser desfrutado criticamente, mesmo que seja necessário avançar no sentido de subverter a realidade social, cultural e política estabelecida em nosso contexto. Concluindo, as trajetórias socioespaciais de cineastas negras descortinam desigualdades visando romper com o imaginário social estereotipado, reafirmando a relevância de um "lazer insubmisso".

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