Lazer: da Luz da Razão às Trevas
Por André Luiz Silva (Autor), Denise Vidal de Almeida (Autor), João Paulo dos Reis (Autor), Taiane Cristine Ferreira Lamour (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
As práticas de lazer não eram necessariamente classificadas como tais, frequentemente elas eram relacionadas com momentos de descanso e relaxamento, já que nos na Grécia clássica à Renascença, atividades lúdicas e jogos eram comumente realizadas nos âmbitos comuns da vida em sociedade. Ainda existem dúvidas sobre onde surgiu tal prática no passado, com quais ações e comportamentos as sociedades definiam suas concepções de lazer. Com o objetivo de levantar as práticas desportivas do lazer e a sua evolução da Grécia Clássica à Renascença a presente pesquisa foi desenvolvida como básica e não experimental, apresenta-se como qualitativa e quantitativa, tem objetivo exploratório e foram utilizados os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica. Na Grécia Clássica algumas virtudes como a verdade, a razão, bondade e a beleza eram cultuadas, nessa época o conceito de ócio ganhou muita importância não como momento de pura disponibilidade, mas como uma maneira de aumento espiritual e de autoconhecimento. Também nesse período desenvolviam-se algumas práticas que ocupavam o tempo dos cidadãos livres, os jogos olímpicos, por exemplo, eram reverenciados pelos gregos, tais eventos eram apreciados apenas por homens, e tinham além do caráter desportivo forte influência política e religiosa. Não se pode deixar de citar também os locais criados para banho, as famosas piscinas públicas das cidades gregas, estas eram locais de descanso, estudo e convivência sociais utilizados por homens e mulheres das classes mais altas, no entanto, com o passar do tempo e o aumento da prostituição dentro destas salas de banho seu público passou a se restringir aos influentes homens da sociedade, temos também aqui a forte presença das encenações do teatro grego. Já durante o Império Romano com intuito de conter possíveis revoltas foram instituídas pelo poder públicas as batalhas de gladiadores dentro do Coliseu, que nada mais eram do que a espetacularização da violência. No período da idade média houve mudanças no aproveitamento do tempo livre (tempo de não trabalho), para o povo em geral o "tempo livre" era designado para descanso e festa mesmo que estas fossem limitadas, já aos nobres o tempo de repouso passa a ser um reflexo social e de ostentação de bens e gastos exacerbados, os exercícios físicos voltaram a fazer parte da rotina e os Jogos Olímpicos ressurgiram com força para ocupar novamente a população. Após as leituras e pesquisas fica clara a forte influência do lazer desde a Grécia Clássica, mesmo não sendo por este nome denominado vê-se que ao longo da história os povos já tinham atividades para ocupar o tempo de ócio, no entanto é notório que por um longo período, estes momentos eram exclusivos para pessoas do sexo masculino e de altos escalões da sociedade.
Referências
CAMPOS, L. C. de A. M.; GONÇALVES, M. H. B.; VIANNA, M da C. de O. Lazer e recreação. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 1998.
MELO, V. A.; ALVES JUNIOR, E. D. Introdução ao lazer. Barueri, São Paulo: Editora Manole, 2012.
REIS, L. J. de A.; Cavichiolli, F. R.; Starepravo, F. A. A ocorrência histórica do lazer. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, volume 30, número 3, páginas 63-78, maio 2009.