Lazer e Colômbia, Uma Relação de Afetividade
Integra
Semana passada participei da EXPORECREACIÓN2017 em Pereira, no chamado “Eje Cafetero” da Colômbia. Mais de trezentos participantes de todo país participaram de um evento técnico-científico de alto nível, com conferências, mesas-redondas, oficinas, mesas temáticas e, logicamente, muita celebração dos valores artístico-culturais daquela tão rica região. Além de colombianos, participaram também pesquisadores e profissionais do Uruguai, Argentina e México.
Essa foi a sexta vez que visitei aquele país que me encanta em muitos aspectos.
Quando voltei do meu doutorado em 1988, fiz para mim mesmo um “planejamento estratégico” que, entre outros objetivos, estava em me associar a uma agência de viagens para organizar grupos profissionais para participar de eventos técnico-científicos no campo do lazer.
A primeira experiência nessa aventura empreendedora foi levar um grupo de oito pessoas para Bucaramanga, norte da Colômbia onde em março de 1989, seria celebrado o 25º aniversário (!) da Associação Colombiana de Recreação , com a realização do 2º Congresso Internacional e o 4º Congresso Nacional de Tempo Livre e Recreação (já escrevi aqui e em outros lugares sobre o meu espanto do Brasil estar, na época, 25 anos em atraso em relação ao nosso país vizinho...)
A grande atração daquele evento seria a presença do sociólogo Joffre Dumazedier, certamente a pessoa que exerceu a maior influência nos estudos do lazer em toda metade do século passado, quando entre tantos conceitos, a repulsa daqueles que utilizavam o idioma espanhol (quase todos...), sugeriu que fosse adotado o termo LAZER em toda América Latina, em substituição a “tempo libre”, “recreación”, “ócio”, entre outros. Não deu certo...
Nessa primeira vez na Colômbia, no auge dos conflitos armados, já era possível vislumbrar um avanço conceitual nos estudos do lazer e, diferentemente do Brasil, observava-se igual ênfase aos experimentos e relatos das iniciativas sobre a sua gestão.
Minha experiência como “agente de viagens” não durou muito (coordenei a ida de mais um grupo para participar de um congresso sobre jogos na Argentina no mesmo ano), mas o fruto dessa ida, como muitos sabem, foi o embrião do Encontro Nacional de Recreação e Lazer no Brasil, o nosso ENAREL, que de 15 a 18 de novembro próximo realiza em Caruaru/PE sua 29ª edição.
Já nessa primeira ida para Colômbia, conheci Carlos Alberto Rico, que no ano anterior havia criado da Fundación Colombiana de Recreación y Tiempo Libre – FUNLIBRE, que começava a despontar com uma liderança promissora na área naquela região.
Através de uma bem montada estrutura conceitual, a FUNLIBRE tem sido responsável por gerar nessas quase três décadas de existência, documentos relevantes na área, com organização de Simpósios Nacionais nas suas quatro áreas de abrangências (“nodos”): pesquisa, formação de pessoas, vivências e gestão, além do Congresso Nacional de Recreação, que em 2016, realizou sua 14ª edição, no qual tive também o privilégio de participar. Vale a pena conhecer seu material disponibilizado na web: https://www.funlibre.org/documentos/conceptuales.html.
Na semana que vem eu continuo apresentando essa “relação de afetividade” com Colômbia!