Resumo

O presente ensaio procura refletir acerca do sentido dado ao lazer às pessoas com deficiência. Aborda, para tanto, a aproximação entre os estudos do lazer e o movimento londrino dos Disability StudiesApós discorrer acerca de um breve histórico acerca deste movimento ativista e acadêmico e a marca de seus estudos, reconhecida como a construção de um contraponto à interpretação biológica da deficiência, entrecruza sua trajetória ao campo do desenvolvimento crítico do lazer e as expectativas que configuram seu acesso. O estudo, ao mesmo tempo em que aponta situação de anomia e passividade das pessoas com deficiência frente as decisões que lhes dizem respeito, defende a necessidade de um cenário coletivo que enfrente as barreiras estéticas e sociais criadas, oportunizando a participação ativa de voz e interesses reconhecidos e respeitados.

Referências

ABBERLEY, Paul. The concept of opression and the development of a social theory of disabillity. Disability, Handicap and Society, v. 2, n.1, p. 5-19, 1987.

AITCHISON, Cara. Exclusive discourses: leisure studies and disability. Leisure Studies. v.28, n.4, 2009. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/02614360903125096#d1e232. Acesso em: 17 fev2025.

ARAÚJO, P.F de. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. 1997. 140f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.

BARNES, C.; OLIVER, M.; BARTON, L. Disability Studies Today. Cambridge: Polity Press, 2002. 288p.

BARNES, C. Disabling imagery and the media. Halifax: Ryburn Publishing, 1992. 29p.

BARNES, Colin. Discapacidad, política y pobreza en el contexto del Mundo Mayoritario. Por una sociología de la discapacidad. Revista Política y Sociedad, v. 47, n., p.11-25, 2010.

BARNES, C.; MERCER, G.; SHAKESPEARE, T. Exploring Disability: A sociological introduction. Polity Press, 1999. 280p.

BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, 26 ago. 2009.

BRASIL. Lei N. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial. Brasília, 6 de julho de 2015.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (módulo pessoas com deficiência) – PNAD. 2022.

DINIZ, D. O que é Deficiência? São Paulo: Brasiliense, 2007.

KAPSALIS, Efthimis; JAEGER, Nils; HALE, Jonathan. Disabled-bydesign: effects of inaccessible urban public spaces on users of mobility assistive devices – a systematic review. Disability and Rehabilitation: Assistive Technology, v. 19, n.3, 2024. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/17483107.2022.2111723#abstract. Acesso em:17 fev. 2025.

FARIA, Marina Dias; CASOTTI, Letícia Moreira. Representações e Estereótipos das pessoas com deficiência como consumidoras: O drama dos personagens com deficiência em telenovelas brasileiras. Organizações & Sociedade - Salvador, v. 21, n. 70, 2014.

FERREIRA, G. O Protagonismo das Pessoas com Deficiência. Monografia de conclusão do curso de Especialização em Formulação e Gestão de Políticas Sociais em Seguridade Social. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010.

FINKELSTEIN, Victor. Attitudes and Disabled People: Issues for Discussion. Inglaterra: International Exchange of Information in Rehabilitation/World Rehabilitation Fund, 1980. Disponível em: http://www.leeds.ac.uk/disability-studies/archiveuk/finkelstein/attitudes.pdf. Acesso em 15 fev 2024.

FINKELSTEIN, Victor. The disability movement has run out of steam. Disability Now, rights. February 1996.

GARCIA, V.G. Pessoas com deficiência e o mercado de trabalho: histórico e o contexto contemporâneo. 2010. 205f. Tese (Doutorado) – Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, 2010.

GLEESON, B. Geographies of Disability. Routledge, 1999.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

HUNT, Paul. Settling Accounts with The Parasite People: A Critique of “A Live apart” by E.J. Miller and G.V. Gwynne”. In: Disability Challenge 1. London: UPIAS, p. 37-50. 1981.

MARCASSA, Luciana. O Lazer e a inovação da animação: entre utopias e reformismos. In: MASCARENHAS, F.; FILHO, A. L. (orgs). Lazer, cultura e educação: contribuições ao debate contemporâneo. Goiânia: Editora UFG, 2010. p.107-142.

MASCARENHAS, F. Entre o ócio e o negócio: teses acerca da anatomia do lazer. 2005. 307f. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação Física - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

MELO, V.A de. Esporte e lazer: conceitos - uma introdução histórica. 1. ed. Rio de Janeiro: Apicuri, 2010. 124p.

MUNNÉ, Frederic; CODINA, Nuria. Psicología Social del ocio y el tiempo libre. In: Álvaro, J. L.; GARRIDO A.; TORREGROSA, J. R. (Orgs.). Psicología Social Aplicada. Madrid: McGraw Hill Interameircana de España, Cap 16, p. 429-448, 1996.

OLIVER, Michael. Capitalism, Disability and Ideology: A Materialist Critique of the Normalization Principle. In: FLYNN, Robert John; LEMAY, Raymond (eds). A Quarter-century Normalization and Social Role Valorization: Evolution and Impact. University of Ottawa Press, Ottawa, p. 163-174, 1999.

OLIVER, Mike. The social model of disability: thirty years on. Disability & Society, v.28, n.7, 2013.

OLIVER, Mike. Theories of disability in health practice and research. BMJ. Nov 21; 317(7170): 1446-1449, 1998.

OLIVER, M. Understanding disability: From theory to practice. New York: St. Martin’s Press, 1996. 192p.

PADILHA, Valquíria. Trabalho e lazer: reflexões sobre a abordagem funcionalista. (Monografia) Especialização em Lazer. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992. 60p.

PADILHA, Valquíria. Trabalho, lazer e consumo nas sociedades contemporâneas. In: MASCARENHAS, Fernando; FILHO, Ari Lazzarotti. Lazer, cultura e educação: contribuições ao debate contemporâneo. p.51-74, Goiânia: Editora UFG, 2010.

PALACIOS, Agustina; BARIFFI, Francisco. La discapacidad como una cuestión de derechos humanos. Ediciones Cinca. 2007.

ROSA, E.R da. O trabalho das pessoas com deficiência e as relações sociais de produção capitalista: uma análise crítica da política de cotas no Brasil. 2009. 246f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. 2009.

RUSSELL, Marta; MALHOTRA Ravi. Capitalism and disability. Socialist Register, v.38, p.211-228, 2009.

SHAKESPEARE, Tom. 1994. “Cultural Representation of Disabled People: Dustbins for Disavowel?” Disability & Society 9 (3): 283–299. https://doi.org/10.1080/09687599466780341

SHAKESPEARE, Tom. The Social Model of Disability. In: DAVIS, Lennard J. The Disability Studies Reader. cap. 16, p.214-221, Routledge, 2014.

SHAKESPEARE, T.; WATSON, N.; ALGHAIB, O. A. (2016). Blaming the victim, all over again: Waddell and Aylward’s biopsychosocial (BPS) model of disability. Critical Social Policy, 37(1), 22–41.

WHO. Global report on health equity for persons with disabilities. Geneva: World Health Organization; 2022.

WHO. World Health Organization. International Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps. Geneva: WHO, 1980.

WINNICK, Joseph P. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. Barueri: Manole, 2004.

Acessar