Resumo

Este estudo representa investigação interdisciplinar sobre os significados e sentidos atribuídos às experiências de lazer de presos em um presídio configurado conforme o modelo da Associação de Proteção aos Condenados - APAC, na região metropolitana de Belo Horizonte - MG, que se diferencia do sistema comum por ter um método próprio de trabalho, denominado “Método Apaqueano”. Nele, os apenados cumprem, no dia-a-dia, rotina preestabelecida pela gestão da unidade prisional de forma compartilhada, aproximando-se de um modelo de autogestão. Ainda assim, essa instituição exerce certo controle sobre as ações diárias dos condenados que, de certa forma, compromete suas atividades de lazer. Frente a isso, por meio de estudo etnográfico, buscamos compreender os sentidos e significados atribuídos ao lazer pelos jovens aprisionados na APAC, suas formas de apropriação dos espaços dessa instituição nas suas práticas de lazer e os processos de sociabilidade aí instaurados. Nesse sentido, realizamos revisão bibliográfica em 3 (três) áreas distintas: 1) o campo de estudos do lazer; 2) as políticas públicas que têm como foco o sistema prisional; e 3) relação entre juventude aprisionada e lazer. Dialogamos com produções acadêmicas na perspectiva da teoria histórico-cultural, visando compreender como esses sujeitos geravam sentidos a partir das práticas de lazer vivenciadas na prisão. Para isso, recorremos à metodologia qualitativa, com apoio nas técnicas de observação participante e entrevista semiestruturada. Os resultados obtidos evidenciaram que as práticas de lazer ocorreram em tempos e espaços reduzidos e que seus potenciais educativos e formativos não são explorados.

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