Resumo

Esta pesquisa pretendeu compreender as relações lazer/trabalho dos bibliotecários da UFMG nas redes sociais virtuais (RSVs), tendo sido guiada por algumas questões: em que medida esses profissionais utilizam as redes sociais virtuais para fins de trabalho e como opção de lazer? Quais são as formas de apropriação? Consideram que a vida profissional e a pessoal se entrelaçam, ou não? O estudo foi fundamentado nos pressupostos teóricos de Bauman (2001, 2007) e Castells (2002). No contexto desta pesquisa, vida líquida significa uma vivência onde as interações entre trabalho e lazer das pessoas por intermédio da tecnologia não conta com um tempo pontuado pelo relógio, sendo mesclada por interstícios de um e de outro em vários lugares. A metodologia desta investigação quali-quantitativa englobou aplicação de questionário eletrônico e utilização do software NVivo11 para dar suporte à análise de conteúdo, e, assim, permitir a organização dessas análises em três categorias. Essa ferramenta permitiu a identificação das palavras mais citadas e a relação entre elas. Os resultados evidenciaram que as RSVs foram indicadas nos cinco principais usos da internet no trabalho e fora dele, assim como os e-mails, que aparece em primeiro lugar em ambos os casos. As três RSVs mais utilizadas são Facebook, YouTube e Google+. Mais da metade dos bibliotecários acessa as RSVs de três dispositivos: celular, computador de casa e computador do Trabalho. Poucas pessoas efetivamente se aproximaram da hipótese de que a vida profissional e a pessoal se misturam no tempo/espaço da era digital, encaixando-se no perfil de internautas hiperconectados. Há visões diferentes em relação ao uso das RSVs para o trabalho e o lazer e elas são mais valorizadas para o trabalho. A cooperação aparece na forma de uso das redes para fins de trabalho e não necessariamente de lazer, o que é compreensível na medida em que a investigação focaliza uma categoria profissional. A maioria dos participantes considerou que o acesso às RSVs gerou impactos na vida pessoal e profissional, sendo esses impactos positivos na maior parte dos casos. Mais da metade dos participantes entende que a flexibilidade mediada pelas tecnologias gerou sobrecarga de trabalho e considera que suas vidas profissional e pessoal se mesclam nas RSVs.

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