Integra

Ótimo dia para todas e todos que me ouvem neste momento.

O tema central do podcast desta semana é “Lazer e Voluntariado”.

Coube ao profícuo pesquisador Robert Stebbins, com seus mais de 300 artigos acadêmicos e mais de 50 livros publicados, hoje com 83 anos de idade e Professor Emérito da Universidade de Calgary, a sistematizar o conceito por ele denominado “Serious Leisure”, ou seja, “Lazer Sério” (sinceramente, para mim, “lazer levado a sério”, em português, parece ser mais esclarecedor).

Em contraste com o “Lazer Casual”, Stebbins gerou três categorias para identificar o “Lazer Sério”, as quais se resumem no amadorismo, nas atividades como hobby e no voluntariado de carreira, cujos primeiros escritos datam de uma publicação pioneira de 1982. Vale destacar, no entanto, que esse conceituado autor, iniciou a elaboração de seu pensamento na década anterior e, por mais de cinco décadas de muito estudo e pesquisa realizados em vários países, vem contribuindo para uma visão original no campo do lazer, com todo rigor de análise que o tema merece.

Quis começar com Stebbins para relatar uma experiência pessoal vivida na semana passada, quando o Rotary Club de Sorocaba Manchester, do qual sou membro há muitos anos, deu posse ao seu novo Conselho Diretor para o ano 2021-2022. No mesmo período, o mesmo ocorreu em quase 37 mil outros clubes, espalhados por 218 países e regiões, que congregam 1.2 milhões de associadas e associados em todo mundo. Trata-se do maior clube de serviços hoje existente, criado pela inspiração de um jovem advogado – Paul Harris – em 1905, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Não conhecia o Rotary, até que em 1974 pleiteei uma Bolsa de Estudos da Fundação Rotária para fazer o meu mestrado nos Estados Unidos. Depois de um criterioso processo seletivo, fui contemplado com a referida bolsa e lá fomos, recém-casados, Zeza e eu para essa primeira aventura acadêmica na pequena cidade West Chester no Estado da Pensilvânia. Vale aqui destacar que na época, a West Chester State University era um centro de excelência na pós-graduação em música e na educação física.

Foi lá que eu comecei a conhecer a força, a dedicação e a competência dessa instituição através de seus associados, traduzidas pelos inúmeros projetos de desenvolvimento comunitários nas suas mais diversas áreas de enfoque. Esses projetos vão desde levar água potável a países da África, passando pelo investimento de milhões de dólares anuais na erradicação da pólio, até a oferecer, por exemplo, a cada ano, 100 bolsas de estudos para mestrado e aperfeiçoamento profissional em um dos seis Centros de Estudos da Paz localizados nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Austrália, Suécia e Bangcoc, na Tailândia.

De onde vem o dinheiro para apoiar todos esses projetos? Vem da Fundação Rotária, braço financeiro do Rotary, criada em 1919 e sustentada, em grande parte, pelos seus associados que contribuem tanto para ações no plano mundial como nas suas comunidades locais.

Qual a razão de toda essa explicação entre lazer e Rotary?

Ela está nessa dimensão essencial do ser humana, exercida através do voluntariado, uma forma séria e comprometida de lazer, nesse caso, de promoção da humanidade num mundo com constantes demandas.

Foi o tempo em que ser um voluntário se justificava tão somente pela sua boa vontade em ajudar o próximo. Além desse atributo essencial, na atualidade, o processo de desenvolvimento do voluntariado, tal como na carreira profissional, também está alicerçado no tripé da competência, ou seja, na aquisição crescente de conhecimentos daquilo que se deseja abraçar, explorando habilidades diversas, mas, especialmente, com atitudes que possam transformar a nossa sociedade como um todo.

Ao encerrar este podcast, pergunto a cada uma e a cada um que me ouvem: como anda a dimensão de serviços voluntários em sua vida?

Eu sou Professor Bramante e até o próximo podcast.

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