Lazer, Gênero e Pandemia Percepções e Experiências de Professores e Professoras de Educação Física da Rede Pública de Ensino de Sete Lagoas/mg

O objetivo desta pesquisa é analisar as relações entre gênero e as experiências de lazer de professores e professoras de Educação Física (EF) das escolas públicas de Sete Lagoas durante a pandemia. Os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa basearam-se no uso de um questionário semiaberto via Google Forms e na realização da entrevista semiestruturada. Os resultados apontaram que o gênero se configurou enquanto um elemento de diferença de oportunidade e usufruto do tempo, espaço e experiências de lazer. Observou-se em especial o caso das professoras que se identificaram como do sexo feminino, mulheres cis e heterossexuais e dos professores que autodeclararam gays, do sexo masculino e homens cis. No que se refere às práticas de lazer dessas pessoas, constataram-se a prevalência de atividades relacionadas ao interesse virtual, como, por exemplo, o uso de redes sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp e TikTok, bem como a utilização de plataformas digitais como Netflix e Prime Video. Além disso, para a maioria dos participantes da pesquisa, a pandemia ressignificou positivamente a importância do lazer em suas vidas. Apurou-se também que o lazer enquanto componente curricular fez parte do processo de formação da maior parte desses professores e professoras de EF, ganhando notoriedade quando, para a maioria desse grupo, a especificidade da sua formação em relação ao campo do lazer lhes permite ter mais esclarecimentos e possibilidades de vivencia-lo. Em relação ao fato de ser professor e professora, averiguou-se que, com o período pandêmico e a inserção do ensino online, a carga horária de trabalho dessas pessoas ampliou-se expressivamente, impactando diretamente a organização do tempo para a vivência do lazer. Assim, conclui-se que este estudo contribui para um maior enriquecimento do campo de estudos sobre lazer e gênero, atestando-se mediante as percepções e experiências dos professores e professoras de EF que questões de gênero podem se configurar enquanto um marcador de diferença de oportunidades.

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