Lazer e Recreação Como Educação Não Formal em Viagens Pedagógicas - Primeiras Impressões
Por André Benatti de Andrade (Autor).
Integra
Nos meus quase 9 anos de trabalho com lazer e recreação, diretamente com viagens pedagógicas, ou estudos do meio, percebi a importância de estudar o assunto já que hoje faz parte dos cronogramas de muitas escolas de Campinas e região. Escolas particulares e públicas, têm procurado atividades extra classe em busca do desenvolvimento contextualizado de seu aluno. Os roteiros de estudo do meio são criados a partir de lugares que possuem estrutura semelhante ou igual àquelas que os alunos vêem em sala de aula, porém, de forma prática. De forma ampla, observamos que os momentos de lazer não são incentivados e às vezes nem aceitos no contexto dessas atividades extra classe. Diante disso o presente trabalho tem o objetivo de incluir o lazer e a recreação no contexto do estudo do meio. Tratando-se do serviço prestado por animadores culturais, Camargo (1998) resume dizendo que: "Entre os mais bem dotados, estão desde aqueles que investem na reprodução quase industrial do que criam, até os que buscam inovar, criar novos modelos de práticas, elevar constantemente seu padrão inclusive educativo. Por meio da ação desses últimos, a animação cultural, assume na sua plenitude, o estatuto de educação não-formal". Pensando como Camargo, podemos afirmar que até mesmo as atividades recreativas podem ser desenvolvidas com caráter educativo, não tirando a importância e a seriedade do estudo do meio. Outro aspecto que pode ser desenvolvido é o que Gardner 1994 apud Paes, R. R.; Balbino, H. F. chama de inteligências múltiplas. Ele diz que "as pessoas demonstram potenciais inatos de habilidades e talentos, que podem ser identificados em locais diferentes no cérebro e classificado de maneira criteriosa em oito inteligências" e que "nós possuímos todos os potenciais deinteligência, sendo que alguns se desenvolveram, ou foram mais estimulados que outros". Seria incoerente dizer que é necessário o aluno sair da escola e participar de atividades extra classe no estudo do meio para atingir o desenvolvimento desses fatores, porém, a proposta é de incluir o jogo e o esporte no contexto do estudo do meio de maneira interdisciplinar e de forma recreativa, permitindo que o aluno também passe por experiências relacionadas ao jogo e o esporte, como recreação, fora da sala de aula ou até mesmo na quadra, nos momentos de educação física. Marcellino, N. C. Et ali (2002), diz: "tendo em vista os conteúdos do lazer, que o ideal seria que cada pessoa praticasse atividades que abrangessem os vários grupos de interesse, procurando, dessa forma, exercitar, no tempo disponível, o corpo, a imaginação, o raciocínio, a habilidade manual, o relacionamento social, o intercâmbio cultural e a quebra da rotina". Por que não criar e/ou incentivar esse momento numa viagem pedagógica? Isso nos mosra que o lazer e a recreação podem estar inseridos no contexto do estudo do meio, e que podem trazer importantes resultados para o aluno. Hoje, os estudos sobre a inclusão do lazer e da recreação, com os conteúdos e valores do lazer nas atividades do estudo do meio são mínimos, dificultando o trabalho e estimula o começo da pesquisa acerca desse tema.