Lazer, Trabalho e Qualidade de Vida na Escola Técnica
Por Maria Alice Oliveira Silva (Autor), Rodrigo de Oliveira Gomes (Autor).
Resumo
A formação profissional na Escola Técnica é uma das possibilidades de educação que tem apresentado expressivas contribuições para os brasileiros. Nesse âmbito, o ensino médio integrado tem ofertado inúmeros cursos de formação técnica que fazem com que os sujeitos permaneçam muitas horas no espaço escolar. Uma das preocupações, neste sentido é sobre a qualidade de vida dos alunos envolvidos nesta jornada de obrigações escolares. Este estudo teve como objetivo diagnosticar os impactos na qualidade de vida dos alunos do médio integrado ao optarem pela Escola técnica buscando compreender as lógicas de apropriação dos tempos e espaços escolares entre as obrigações e o tempo destinado ao lazer. Além disso, buscou-se analisar a percepção dos alunos sobre a importância da relação lazer e trabalho para melhoria da qualidade de vida. A pesquisa bibliográfica foi norteada pelas teorias sobre lazer; trabalho, qualidade de vida e formação profissional. Foram utilizadas as técnicas de observação participante e entrevista semi estruturada. As entrevistas aconteceram com dez alunos do ensino médio integrado do IFMG Câmpus Congonhas, selecionados de forma aleatória e voluntária. Para o tratamento das informações foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática. A triangulação dos dados trouxe quatro categorias: Os sujeitos e suas percepções sobre o Lazer na Escola Técnica; As apropriações dos espaços de Lazer no Câmpus Congonhas; Tempo, organização e rotina escolar; Qualidade de Vida na escola técnica: entre trabalho e lazer. Os resultados mostraram que existe por parte dos alunos a necessidade em externalizar que a rotina é cansativa, difícil e que houve piora da qualidade de vida a partir da entrada no Instituto, porém constatamos que os afazeres escolares são, em alguns casos, subvertidos através de práticas transgressoras como jogar baralho, utilizar os laboratórios de informática para jogos virtuais, realizar rodas de violão, vivenciar práticas esportivas e recreativas, em horários vagos e até mesmo burlando o tempo de aula. Desta forma, existem rupturas entre os discursos e as práticas