Lazer, turismo e políticas públicas na sociedade informacional: ensaios a partir do “surfe de sofá”
Por Marcina Amália Nunes Moreira (Autor).
Parte de Lazer e territorialidades: tessituras sociais, culturais e políticas . páginas 181 - 200
Resumo
A composição do texto a seguir apresenta excertos teóricos de investigação anterior1 balizada por formas diferenciadas de acolhimento turístico sustentadas pelas mediações das redes sociais virtuais de viajantes (RSV), como é o caso do “surfe de sofá” ou Couchsurfing. Percebida pelas possibilidades de troca de hospitalidade com usuários cadastrados em âmbito mundial, o verbete de língua inglesa, Couchsurfing, tem o significado literal de “surfe de sofá”, estabelecendo referências a viagens com hospedagem na “sala de estar” dos hosts (anfitriões), sendo que, no caso, o “surfista” é designado guest (hóspede). É, portanto, uma rede de hospitalidade cujos membros (surfers ou, simplesmente, surfistas) podem hospedar-se, livre e gratuitamente, na residência de outros membros durante alguns dias, em âmbito mundial. Apesar de tal prática social ser, atualmente, difundida, algumas questões, como aquelas concernentes à fidelidade dos dados cadastrais dos surfers, informações sob as mais variadas formas de linguagem disponíveis no ambiente virtual, ainda geram preocupações no que diz respeito à segurança dos usuários. Esta RSV, especificamente, funciona com base na confiabilidade de seus usuários e nas referências cruzadas entre hosts/guests. Em contato virtual, um número crescente de usuários busca a ideologia e os princípios do Couchsurfing, assim destacados em sítio eletrônico oficial: a promoção da paz e a busca por um mundo melhor, como ideologia, e o compartilhamento da vida, a criação de conexões, a curiosidade, a oferta de bondade e manter o mundo melhor do que encontrou, como princípios.