Léa Linhares e o Judô no Rio Grande do Sul na Década de 1960
Por Giuliano Gomes de Assis Pimentel (Autor), Silvana Vilodre Goellner (Autor).
Em Motrivivência v. 29, n 50, 2017. Da página 123 a 139
Resumo
Este texto analisa a inserção das mulheres no judô gaúcho na década de 1960 a partir da narrativa de uma de suas protagonistas. Com base no aporte teórico-metodológico da História Oral, foram analisadas duas entrevistas concedidas por Léa Linhares, as quais foram confrontadas com outras fontes, como fotografias, reportagens e documentos institucionais. Da análise do material empírico, emergiram quatro entendimentos sobre o significado do judô para essa lutadora: abertura de caminho para o crescimento pessoal; ampliação de espaços para as mulheres no esporte em uma época de luta e preconceitos velados; criação de mecanismos de autodefesa contra a violência; presença da mulher na polícia gaúcha. Léa foi a primeira faixa preta do sul do país, porém, esse feito não foi reconhecido pela Confederação Brasileira de Desportos, o que desencadeou seu afastamento do judô com consequências sentidas ao longo de sua vida.