Resumo

O artigo explora as diferentes percepções da população do Rio de Janeiro em torno da categoria nativa “legado  olímpico”, de modo a avaliar os supostos benefícios trazidos à cidade-sede da XXXI Olimpíadas de Verão, em  2016. Passados dois anos de seu encerramento, conduziu-se a aplicação de um survey entre os moradores cariocas,  com um conjunto de questões avaliativas dos aspectos positivos e negativos acerca desse megaevento esportivo,  realizado pela primeira vez na América do Sul. O levantamento e a tabulação permitiram que se trace um perfil  quantitativo do respondente e também que se esquadrinhe o modo pelo qual os habitantes da cidade compreendem  o  significado  dos  Jogos  Olímpicos  em  seu  dia  a  dia,  seja  em  função  da  mobilidade  urbana,  dos  equipamentos  desportivos ou da infraestrutura legada pelo evento. O esquadrinhamento dos dados levantados na sondagem de  opinião possibilitou se chegar à seguinte conclusão: dois anos depois de sua realização, o cidadão carioca avaliou  como  ligeiramente  positiva  a  ocorrência  do  torneio  no  que  se  refere  às  vantagens  percebidas  para  sua  vida  individual  e  para  a  cidade.  Contudo,  a  leve  vantagem  não  impediu  a  identificação  de  um  quadro  bastante  polarizado, com um percentual expressivo de moradores insatisfeitos, haja vista a desproporção entre o montante  de recursos públicos investidos e a ausência de contrapartidas esperadas, simbólicas e materiais, tal como reiterada  pela narrativa dos organizadores, nacionais e internacionais, dos Jogos Rio 2016. Como resultado pontual, 22%  não souberam indicar benefícios dos Jogos para a cidade do Rio de Janeiro, o item de maior frequência. Os outros  78%  indicaram  resultados  variados,  como  turismo  e  infraestrutura  de  transporte.  Ao  mesmo  tempo,  a  principal  desvantagem mencionada foi o gasto tido como desnecessário

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