Resumo

A ginástica rítmica considerada um esporte estético em que a ação motora se caracteriza pelos movimentos corporais técnicos-combinatórios realizados repetidamente, com grandes amplitudes de movimento articular, de forma individual ou em conjunto, praticada predominantemente por crianças e adolescentes, pode exercer um impacto no sistema musculoesquelético, implicando na qualidade de vida, deste segmento populacional.

Objetivo: Relatar a lesão musculoesquelética no ombro na ginástica rítmica.

Métodos:  Atleta de ginástica rítmica pertencente à categoria de base, idade de 12 anos, estágio maturacional pré-púbere. Relatou queixa de dores ao flexionar a articulação do ombro durante a competição, devido a grandes amplitudes de movimentos realizados repetidamente, exigidos pela modalidade esportiva. No exame físico fisioterápico a atleta apresentou desconforto muscular intenso no ombro direito após a competição. Menor amplitude de movimentos com presença de dores na flexão e extensão, adução, abdução, rotação lateral e medial do ombro direito. Menor grau de força e presença de contraturas musculares na região da clavícula (anterior e posterior) e bíceps braquial. Não foi observada alteração de reflexos ou presença de parestesia. A atleta foi encaminhada ao médico.

Resultados: Na ressonância magnética nuclear do ombro anterior e póstero- lateral revelou edema medular óssea na porção distal da clavícula. No tratamento médico foram suspensos os treinamentos físicos e as aulas de educação física escolar durante 1 mês. Foram utilizados anti-inflamatórios via oral e tópico. A orientação nutricional incluiu o controle da vitamina D. No tratamento fisioterapêutico foram utilizados: eletroterapia, termoterapia, fototerapia para controle da dor e regeneração celular. A cinesioterapia foi iniciada sem queixas de dores pela atleta.

Conclusão: Este estudo sugere que a ginástica rítmica em categorias de base, praticada sob forma de treinamento físico intenso com grandes amplitudes de movimentos realizados repetidamente, pode gerar sobrecarga no sistema musculoesquelético de crianças e adolescentes, impactando negativamente na qualidade de vida.