Resumo

Na literatura técnica pertinente existem poucas pesquisas sobre lesões causadas pela pratica de esportes de aventura e, no Brasil, não se tem conhecimento de seu impacto sobre a saúde dos atletas. Portanto, o objetivo da presente comunicação foi descrever a distribuição de freqüência dos agravos referidos que mais acometem os atletas. Para tanto, 55 participantes (17% dos inscritos) da 2ª etapa da prova “Caloi Adventure Camp” realizada em São Pedro – SP, em maio de 2006, responderam a inquérito onde prestaram informações sobre os agravos ocorridos durante a prova. A idade média dos atletas é de 31,5 ± 9,9 anos, o peso 69,9 ± 11,0 Kg, a altura 1,73 ± 0,08 m e o IMC de 23,3 ± 2,2 Kg/m2 . Os dados indicam que a maior proporção de lesões durante a prova (49) ocorreram no trekking (61%), seguido do mountain bike (24%). Entre os agravos mencionados, abrasão (36,7%) e corte (24,5%) são os mais freqüentes, tanto que as lesões no plano tegumentar respondem a 61,2% dos episódios. No plano musculoligamentar (22,4%) predominam as contusões (16,3%) e no plano osteo-articular (16,3%) os entorses (6,1%) e fraturas (6,1%) são os mais comuns. Em relação a região corporal, os membros inferiores são os mais acometidos (49%) entre os quais tornozelo (14,3%) e joelho (12,2%) concentram o maior número de agravos. Nos membros superiores (30,6%) constatou-se maiores taxas no braço e antebraço onde predominaram os cortes e abrasões. Cabeça e tronco respondem por 20,4% das lesões, sendo as contusões as mais freqüentes. Outros agravos também foram referidos no presente estudo, sendo os mais comuns as cãibras (31%) na panturrilha (65%) e coxa (41%) e as lesões crônicas como tendinite (11%). O conhecimento dos principais agravos que acometem esses atletas constitui informação importante para definição das estratégias de treinamento, prevenção e logística para resgate e atendimento dos participantes durante as provas.

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