Resumo

Este estudo procura analisar e mostrar as lições de dança que a mídia vem configurando e suas estratégias de governamento (ou desgovernamento) dos corpos na pós-modernidade. Pensar sob a perspectiva de lições permitiu desenhar a idéia da mídia como um dispositivo pedagógico para a dança e ampliar a investigação para as implicações não apenas da dimensão tecnológica que a mídia vem esboçando para a dança, mas também o seu papel na formação de sujeitos dançantes. A perspectiva dos Estudos Culturais e seus desdobramentos na Educação foram opções teorica-medodológica para trabalhar as relações entre dança, mídia e educação. A partir deste referencial buscou-se avançar na articulação do conceito de midiatização e de como tal processo possibilita a operação de estratégias de subjetivação e governamento. Para tal entendimento foi fundamental a contribuição trazida por Michael Foucault e Gilles Deleuze quanto ao conceito de biopoder e a possibilidade de pensá-lo a partir das mudanças que se colocam frente à sociedade de controle e seu desdobramentos na pós-modernidade. Para proceder a tal análise assumiu-se um corpus plural que se deu no imbricamento de discursos e práticas presentes em filmes, videoclipes, blogs, sites, revistas, jornais, brinquedos eletrônicos, programas de televisão, entre outros, que constituem a maneira heterogênea com a qual se é interpelado pela dança midiatiza na cultura contemporânea. A partir da análise deste contexto, percebi dez lições que se esboçam de maneira recorrente na mídia, operando na configuração de sujeitos dançantes, em políticas de gestão da vida. Táticas de administração dos sujeitos na pós-modernidade, tanto promovendo o gerenciamento de singularidades, como a potencialização de novos modos de ser estar no mundo contemporâneo.

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