Resumo

Em atividades esportivas, ou mesmo de caráter recreativo, onde a capacidade aeróbia se apresenta como um fator determinante, o momento de transição entre o metabolismo predominantemente aeróbio para o anaeróbio tem recebido grande atenção dos pesquisadores. Este ponto de transição tem sido chamado de Limiar Anaeróbio (Lan) e é considerado um parâmetro extremamente importante, superando inclusive o consumo máximo de oxigênio para a prescrição e controle do treinamento. Na avaliação do Limiar Anaeróbio, a resposta do lactato sanguíneo é um dos métodos com maior aceitação, porém, limiar ventilatório que se constitui em apontar alterações em alguns parâmetros ventilatórios também têm sido muito utilizado. Porém, os resultados encontrados até o momento não são suficientes para esclarecer como a ativação muscular responde a atividades de intensidade crescente, principalmente em relação ao Limiar Anaeróbio. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi determinara o limiar ventilatório e comparar com alterações do sinal eletromiográfico. Fizeram parte do estudo oito homens (25,25 ‘+ ou –‘ 6,96 anos), ciclistas e triatletas, que se exercitaram em cicloergômetro, com a intensidade sendo aumentada em 25 W/min até que a cadência de 80 RPM não pudesse mais ser mantida. Para a coleta dos volumes gasosos foi utilizado um analisador de gases modelo VO2000 (Imbrasport ‘MARCA REGISTRADA’), e do software Aerograph. Os sinais eletromiográficos foram coletados dos músculos vasto lateral, vasto medial, reto femural, bíceps femural e semitendíneo, e processados por um eletromiógrafo da marca Lynx AI6010, contendo seis canais. A freqüência de amostragem estabelecida para a aquisição dos registros eletromiográficos foi de 1024 Hz. Para filtragem do sinal eletromiográfico bruto, o filtro passa baixa foi ajustado em 500 Hz e o filtro passa alta em 10 Hz. A conversão dos sinais analógico/digital foi realizada por intermédio de uma placa A/D CAD 12/36 da marca Lynx. Para a captação e leitura dos sinais foi utilizado o software AQDADOS-Lynx. A faixa de entrada foi ajustada entre –5.000 ‘mu’V a +5.000 ‘mu’V. O LV1 foi tomado como a intensidade correspondente a um aumento no VE/VO2 sem nenhum aumento no VE/VCO2 e comparado com a intensidade correspondente a um aumento não linear na amplitude do sinal eletromiográfico durante o protocolo incremental. Os resultados não mostraram diferença em nenhuma das variáveis selecionadas para a intensidade do LV1 (67,03 ‘+ ou –‘ 6,23 % do VO2 pico) e do ponto referente a um aumento não linear na amplitude do sinal eletromiográfico dos músculos vasto lateral (64,39 ‘+ ou –‘ 11,77 % do ‘VO IND. 2’ pico) e reto femural (66,78 ‘+ ou –‘ 11,13 % do ‘VO IND. 2’ pico). Para os demais músculos nenhum ponto e quebra na linearidade do sinal foi verificado. 

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