Resumo


Introdução:A imagem corporal é a forma como o indivíduo percebe o próprio corpo e sua relação com o meio, formada através de vivências e mensagens que influem nas concepções de padrões de estética e comportamento, desde a infância até a morte do indivíduo. Este processo pode resultar em distorção da imagem corporal quando o indivíduo não toma consciência de si mesmo e adota padrões distorcidos. Isso ocorre no Distúrbio Dismórfico Corporal (DDC), que pode desencadear um transtorno obsessivo-compulsivo a fim de alcançar os objetivos desejados. Atualmente, constantes mensagens de corpos "perfeitos"(músculos extremamente definidos e hipertrofiados) ligados à autoestima, saúde e sucesso, em meio à uma sociedade extremamente competitiva, o DDC manifesta-se mais relacionado à musculatura através do Distúrbio Dismórfico Muscular (DDM) ou vigorexia. O indivíduo vigorexo treina excessivamente, olha-se constantemente no espelho e vê-se magro e fraco (apesar do desenvolvimento muscular adquirido), utiliza recursos ergogênicos anabolizantes e modifica o seu convívio social para atender as exigências do seu plano diário de treinamento, sem perceber que precisa de ajuda ou que outras pessoas passam pelas mesmas angústias - isto é decorrente do preconceito que muitos homens tem de falar de seus problemas relacionados à estética. A vigorexia é um mal comum a milhões de pessoas em todo o mundo e que age silenciosamente na destruição da auto-estima. Métodos: Com o objetivo de identificar possíveis transtornos com praticantes contumazes de musculação, desenvolveu-se um estudo exploratório, com a aplicação de questionário junto a 200 sujeitos, freqüentadores de academias da cidade de Teresina (PI), desde as mais sofisticadas até academias mais simplórias. Resultados: As entrevistas realizadas demonstraram que os entrevistados dispensam grande atenção para o treinamento de hipertrofia, aliado à praticas alimentares que visam o anabolismo - com alguns casos de uso de esteróides anabolizantes - e cuidados com o sono. A estética e a apreciação muscular resultam na motivação para treinar, relegando cuidados médicos somente quando enfermos. A idéia de interrupção do treinamento causa ansiedade, angústia, baixa-estima e até depressão, pois é relacionada à perda de musculatura adquirida. Conclusões: Os depoimentos colhidos constatam a presença de vigorexia entre os entrevistados e a necessidade dos profissionais da área atentarem para o problema em questão

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