Resumo

A Educação Física Escolar brasileira se consolidou na área de Linguagens no cotidiano escolar. Mesmo com o avanço das políticas educativas neoliberais e a consequente desvalorização de todos os conhecimentos que possibilitam a reflexão crítica dos(das) estudantes da Educação Básica em solo brasileiro, os(as) docentes desse componente curricular produziram muitas experiências políticopedagógicas que possibilitaram a leitura de mundo dos(das) discentes sobre os aspectos históricos políticos, econômicos, sociais, biológicos e fisiológicos das práticas corporais nas últimas décadas. Todavia, o registro dessas reflexões e projetos educativos ainda não havia sido sistematizado na literatura da área. Foi nesse contexto que nasceu a ideia da publicação dessa obra. Na primeira parte do livro é possível apreciar ensaios que refletem sobre a Educação Física Escolar na área de Linguagens nas escolas brasileiras a partir de diferentes perspectivas teóricas. Em um segundo momento, os leitores e as leitoras podem analisar aulas do componente curricular de professores e professoras espalhados em diferentes territórios desse país, mas que possuem em comum a organização de experiências educativas que possibilitam a problematização sobre os marcadores sociais que atravessam as danças, lutas, ginásticas, jogos, brincadeiras e esportes com as crianças, jovens, adolescentes e adultos que participam das aulas de Educação Física em todos os ciclos de escolarização. A polissemia que o leitor e a leitora encontrarão nesses escritos representam a riqueza dos discursos de cada autor e autora que, juntos, acreditam na potencialidade das linguagens como representações culturais, desvelando a realidade opressora e almejando que as crianças, jovens e adultas e adultos sejam mais. Definitivamente, chegou o momento das forças progressistas da Educação Física dialogarem para passar uma mensagem relacionada com um tema que une todos e todas. Embora saibamos que cada grupo possui o seu próprio viés epistemológico e aposta em determinada proposta curricular para o componente, a formação de sujeitos que leiam o mundo sobre as práticas corporais é o princípio ético-crítico-político em comum. Ler o mundo para combater as injustiças sociais, as desigualdades de gênero, o racismo estrutural, a intolerância religiosa, o genocídio dos povos indígenas e o fascismo epistêmico que insiste em se manter no Brasil.

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