Local de Nascimento e as Chances de Obtenção de Medalhas de Atletas Participantes em Tokyo 2020
Por Mabliny Thuany (Autor), Jaíne Cavalcante (Autor), Marcos Lima (Autor), Thayse Natacha Gomes (Autor).
Parte de Anais do Fórum de Estudos Olímpicos 2021 e III Simpósio Latino-americano Pierre de Coubertin . páginas 65
Resumo
O objetivo do presente estudo foi investigar o local de nascimento dos atletas olímpicos brasileiros participantes nos jogos de Tóquio 2020, bem como as características dos estados associadas à chance um atleta ser medalhista. Métodos: informações referentes aos atletas (idade, sexo, local de nascimento, data de nascimento, número de medalhas, clube de treinamento quando disponível) foram obtidos através da lista oficial de convocação do Comitê Olímpico Brasileiro aos atletas participantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A existência de eventos internacionais nos estados, número de instalações esportivas, tamanho populacional, produto interno bruto e densidade populacional foram obtidas através do acesso a pesquisa ESTADIC (2016) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Análise de Regressão Logística Binária foi utilizada com o objetivo de estimar as chances de os estados conquistarem uma medalha olímpica. Três modelos, crescentes em complexidade, foram construídos. O modelo 1 foi composto por características individuais - Sexo (masculino; feminino) e idade; o segundo modelo acrescentou ao modelo 1, as características de nível meso - categoria esportiva (individual, coletiva, mista), instalações esportivas e eventos esportivos internacionais do estado (sim; não); o modelo 3 foi composto pelas variáveis dos modelos 1 e 2, adicionando-se as variáveis de nível macro - tamanho da população (mediana), PIB (mediana) e densidade populacional (mediana). Todas as análises foram realizadas no Software JAMOVA, considerando intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra foi composta por 304 atletas (homens: 160; mulheres: 143), das cinco regiões brasileiras (Centro-Oeste: 4,6%; Nordeste: 17,8%; Norte: 1,0%; Sudeste: 62,7%; Sul: 11,2%; 2,6 % eram estrangeiros). As comparações entre os modelos construídos indicaram que o segundo modelo foi o que melhor se ajustou aos dados, sendo o melhor para explicar as chances de o estado ter um atleta medalhista (Modelo 2 versus Modelo 1: X2 = 21,41; p <0,001; Modelo 3 versus Modelo 2: X2 = 2,77; p = 0,429). Os resultados da análise de regressão indicam que a idade (OR = 0,91; IC95% = -0,15 - -02) e a prática de esportes coletivos (OR = 4,36; IC95% = 0,80 - 2,15) estão associados à chance de obter uma medalha olímpica. O modelo final, composto pelas variáveis de nível macro, não adicionou poder explicativo. Conclusão: A maioria dos atletas olímpicos brasileiros em Tóquio 2020 são oriundos da região Sudeste, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O modelo que melhor explica a chance de os estados possuírem um atleta medalhista foi composto por variáveis de nível meso, não foram verificadas associação para as características de nível macro investigadas e a chance de ser medalhista.