Resumo

INTRODUÇÃO: Esclerose múltipla é uma doença crônica e degenerativa que afeta o sistema nervoso central atingindo cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo. Um dos principais sintomas que afetam a qualidade de vida dessas pessoas é a fadiga e pouco se sabe sobre se essa condição tem alguma relação com a ativação do sistema nervoso simpático e parassimpático. Uma das formas de avaliar a ativação da interação desses sistemas é através da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). OBJETIVO: Identificar a magnitude da correlação da VFC e níveis de fadiga em pessoas com esclerose múltipla. METODOLOGIA: A amostra foi composta por 19 voluntários diagnosticado com esclerose múltipla. Todos responderam o questionário CEAFIR que contem 21 questões e identifica os níveis de fadiga. Após, foi realizado o teste de VFC utilizando um frequencimetro da marca polar modelo RS800, os voluntários permaneceram deitados em decúbito dorsal durante 10 minutos, foram retirados os primeiros e últimos dois minutos e meio com a finalidade de diminuir as interferências. As variáveis analisadas foram RR; SDNN; LF/nu; HF/nu. Os voluntários também foram avaliados por uma equipe médica onde foi identificado o nível de incapacidade através do instrumento EDSS. ANÁLISE ESTATÍSTICA: após a não confirmação da normalidade dos dados optou-se por utilizar o teste de Spearman para observar a magnitude de correlação entre as variáveis estudadas. RESULTADOS: O nível de significância foi estabelecido em p≤0,05 e * indica uma correlação significativa entre fadiga e as demais variáveis. (RR =intervalo das ondas r; SDNN = desvio padrão dos intervalos RR; LFnu ativação do sistema simpático; HFnu ativação do sistema parassimpático). CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que existe uma relação direta entre os valores de incapacidade (EDSS) com os níveis de fadiga. Para as demais variáveis não se observou significância nas correlações, entretanto, os valores de RR apresentaram uma relação inversa moderada, podendo ser alvo de especulação sobre quanto maior o nível de fadiga menor o intervalo RR, sendo assim, maior a frequência cardíaca. Mais estudos devem ser elaborados com o objetivo de entender melhor como a doença pode afetar a relação entre fadiga e os sistemas simpáticos e parassimpáticos.