Resumo

A pronação aumentada durante a marcha tem sido associada com dor lombo-pélvica. Essa associação pode ser mediada pelo impacto do aumento da pronação no movimento pélvico. O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos do aumento da pronação bilateralmente na cinemática da pelve durante a marcha. Vinte participantes deambularam em uma esteira a uma velocidade alta de marcha (5km/h) em duas condições: com par de palmilhas neutras (controle) e medialmente inclinadas, para induzir aumento da pronação; ambas inseridas em par de tênis de tamanho apropriado. Foram coletadas variáveis cinemáticas da pelve e do pé. O movimento da pelve foi analisado nos planos frontal e transverso durante a fase de resposta à carga. O movimento do pé foi analisado no plano frontal para garantir que as palmilhas inclinadas, de fato, induziram pronação e para tornar possível identificar e excluir sujeitos que pronassem excessivamente. A pronação foi aumentada com o uso de palmilhas inclinadas e modificou a cinemática da pelve. No plano frontal, a posição média da pelve foi mais inclinada para o lado contralateral e a amplitude de movimento pélvico foi reduzida na condição de pronação aumentada, em relação à condição controle. No plano transverso, a posição média da pelve foi em menor rotação para o lado contralateral, comparado com a condição controle, e não foi encontrada diferença estatística na amplitude de movimento pélvico entre as duas condições. O aumento da pronação bilateralmente afeta a cinemática da pelve durante a marcha e pode ser potencialmente relacionada com dor lombo-pélvica, já que pode aumentar estresses articulares na coluna e na sacroilíaca.

Acessar Arquivo