Resumo

Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da UnB;

Centro universitário UNIEURO - Departamento de Educação Física;

GEPEEFS (Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício de Força e Saúde).

E – mail: sandorbalsamo@gmail.com

Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença auto-imune que compromete múltiplos órgãos incluindo o sistema muscular. A fadiga é um sintoma clínico prevalente e de maneira geral é de causa idiopática, e pode causar redução das aptidões físicas. Entretanto, são escassos os estudos que avaliaram a força muscular em pacientes com LES. Objetivo: Avaliar a força muscular e a fadiga em pacientes com LES e comparar com o controle de mulheres saudáveis (CS). Método: Foram avaliadas pacientes sedentárias do gênero feminino com diagnóstico de LES em baixa atividade da doença (segundo SLEDAI: Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Índex) e CS, da mesma faixa etária. A força muscular (1-RM) foi avaliada (Kraemer e Fry, 1995) nos exercícios resistidos leg press, cadeira extensora, cadeira flexora, supino sentado, puxada frente (marca Jonhson, EUA). A força muscular relativa foi calculada pela divisão da carga média do teste de 1-RM pelo peso corporal médio, de ambos os grupos (Heyward, 1997). A avaliação subjetiva da fadiga foi realizada por meio de questionários (Fatigue Severity Scale: FSS e Chalder Fatigue Scale: CFS). Para análise estatística foi realizado pelo teste T-student para amostras independentes com nível de significância adotado de p ≤ 0,05. Resultados: Após uma triagem no Hospital Universitário de Brasília (HUB) de 210 pacientes com LES (junho 2009 a julho 2010), foram selecionadas 18 pacientes que eram sedentárias e estavam em baixa atividade da doença. Nesse grupo, a média do SLEDAI foi de 2 ± 2, a idade média de 28,9 ± 8 anos e o IMC médio de 22,07 Kg/m2 ± 2,34. Para o grupo de CS, foram selecionadas 21 mulheres, com idade média de 28,9 ± 7 anos e o IMC médio de 22,96 ± 2,85 Kg/m2. O peso corporal médio foi similar entre os grupos para calculo da força relativa (LES: 56,21 ± 5,86 kg; CS: 56,15 ± 6,58 kg; p=0,97). As pacientes com LES mostraram menor força muscular em todos os exercícios avaliados (tabela 01). Além disso, os escores de fadiga foram superiores no grupo de pacientes com LES, em relação ao CS (FSS - LES: 3,56 ± 1,33; CS: 2,48 ± 0,43; p≤0,01; CFS - LES: 13,06 ± 7,42; CS: 7,96 ± 3,88; p≤0,01). Conclusões: Estes resultados preliminares indicam que pacientes com LES demonstraram valores significativamente menores, na variável dependente força muscular em todos os grupamentos musculares avaliados em comparação a mulheres saudáveis, da mesma faixa etária. Esses achados sugerem que um dos componentes da fadiga no LES é a redução da força muscular.

Legenda: 1RM = uma repetição máxima; 1RM/KG = força relativa; *p ≤ 0,05; **p ≤ 0,01; ***p ≤ 0,001.