Mais que palavras, precisamos agir em busca de uma ginástica para todos

Parte de GINÁSTICA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA Reflexões e encaminhamentos práticos . páginas 312 - 315

Resumo

Em tempos recentes, mais precisamente durante as décadas que marcaram o final do século XX e o início do XXI, mudanças importantes foram recorrentemente anunciadas como tendências e/ ou urgências, dentre elas, a diminuição da impressão em papel, o uso racional e sustentável da água, a desaceleração do índice de desmatamento, a extinção do analfabetismo e da fome, bem como a maior participação em atividades esportivas. Não obstante, é notório que grande parte dessas desejadas mudanças não aconteceram efetivamente. No campo esportivo, nem mesmo os vultuosos investimentos econômicos e midiáticos da Copa do Mundo de Futebol (FIFA) e dos Jogos Olímpicos (COI) realizados no Brasil, foram capazes de alavancar modificações de impacto no acesso, na investigação e nas políticas federativas e governamentais. O direito à educação, à cultura e ao esporte é ainda uma utopia para grande parte da sociedade brasileira, com eventuais e pontuais tentativas de modificar o status quo mencionado. As condições socioeconômicas, geográficas, educacionais e, portanto, de acesso aos bens e meios disponíveis, reforçam a mais que conhecida desigualdade. Nossos tempos são, pois, tempos de maior desigualdade. Estariam o esporte e, particularmente, a ginástica, destoando dessa constatação? Parece que não! Com efeito, a condição de desigualdade representa um modo de opressão que paulatinamente desalenta nossa sociedade, incluindo alguns dos agentes de maior relevância para sua transformação. Me refiro aos professores, pesquisadores e gestores.