Mais Um Belo Modelo da Nova Geração Que a Educação Física Está Construindo no Brasil: Sadio, Forte, Belo e Branco
Por Jéferson Luis Staudt (Autor), André Luiz dos Santos Silva (Autor).
Resumo
Este artigo analisa a ausência do corpo negro nas representações de beleza masculina construídas pela revista Educação Physica, entre 1939 e 1944, período em que a direção técnica do periódico ficou ao cargo de Hollanda Loyola, renomado professor e integrante da Ação Integralista Brasileira. O debate proposto pela revista teria produzido representações reguladoras do corpo masculino, pautadas em concepções morais e legitimadas por argumentos científicos, sustentando a ideia de beleza enquanto atributo próprio dos corpos brancos. Como efeito, possíveis representações de beleza negra foram impensadas, elegendo como representantes homens brancos, trabalhadores, fortes, pais de família, capazes de gerar o futuro próspero para o Brasil, seja via força de trabalho ou pela formação de uma prole sã. Sob a intenção de se construir a imagem de um país homogêneo, fez-se necessário tornar menos evidente a diversidade política, cultural e étnico-racial como forma de construir uma identidade nacional, assim, a revista coloca à margem os “homens de cor” e todos aqueles que se distanciam da centralidade dos corpos brancos.
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