Resumo

Esta tese, partindo da noção de acoplamento estrutural, de Humberto Maturana e Fagundes Varela (2002), e de trajeto antropológico, de Gilbert Durand (1989), circulariza as relações entre a natureza geofísica dos pantanais mato-grossenses e as culturas que secularmente os habitam, caracterizando-os de forma imbricada. Apresenta a vida e a obra do poeta Manoel de Barros no contexto da tradição oral do homem pantaneiro, no seio da qual a práxis educacional da cuiabania historicamente se constituiq. Seleciona, da obra poética deste autor, imagens simbólicas que espelham as relações entre o meio, o homem e o imaginário. Por meio de imagens poéticas como o barro, a concha, a lata, a pedra e a árvore, e do interesse que o poeta manifesta por gente estranha, mendigos, loucos e andarilhos, essas imagens são relacionadas à figura mítica do Puer Aeternus e também do regional Pé de Garrafa, e ancoradas no arquétipo da Grande Mãe. A leitura simbólica é feita principalmente com base nas teorias bachelardiana, junguiana e durandiana. Finalmente, diante do fato de que Manoel de Barros é um autor muito trabalhado nas escolas de Mato Grosso, são feitas reflexões sobre o ensino de Literatura Matogrossense, propondo o contato dos alunos com a poética barreana a partir de novas metodologias, como Laboratórios de Sensibilização.

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