Resumo

A criação de sistemas de informação e a preocupação em disponibilizar informações de diferentes naturezas (sociais, econômicas, saúde) é crescente no Brasil. Não obstante, o estudo do crescimento somático e da aptidão física de crianças e adolescentes pode trazer informações valiosas para que profissionais que atuam com essa faixa etária possam melhor desenvolver programas de educação física e esportes. Dessa forma, o objetivo geral desse estudo é o de mapear o crescimento somático, aptidão física e os indicadores sociais georreferenciados de crianças e jovens brasileiros, de 10 a 15 anos, estratificados por sexo e por estados do sul do Brasil. A amostra é composta por 33.875 crianças e jovens, sendo 16.689 do sexo feminino (Paraná 4.055, Rio Grande do Sul 8.670 e Santa Catarina 3.964) e 17.186 do sexo masculino (Paraná 3.807, Rio Grande do Sul 9.228 e Santa Catarina 4.161. A amostra foi retirada do banco de dado do Projeto Esporte Brasil. Utilizamos a técnica de “mapas e cenários” (mapping). O estudo foi composto por três mapas e um cenário. Para a descrição dos dados nos mapas utilizou-se a média, o desvio padrão e a freqüência de ocorrência. Para a composição do cenário foi utilizada o teste quiquadrado e o risco estimado. Para o tratamento dos dados utilizamos o programa SPSS for Windows. Os resultados demonstraram que no mapa do crescimento tanto os meninos quanto as meninas do Rio Grande do Sul (RS) são mais altos e mais pesados que nos outros dois Estados. No percentual de ocorrência para índice de massa corporal observamos que os avaliados do RS apresentam uma maior ocorrência acima do ponto de corte nos dois sexos seguidos pelos avaliados no Paraná (PR). No mapa da aptidão física, constatou-se que os avaliados em Santa Catarina têm os melhores índices, em média, nos dois sexos, para: resistência geral e abdominais em 1 minuto. Os avaliados no RS e PR oscilaram com índices inferiores aos dos SC nessas variáveis. O mesmo ocorreu para flexibilidade no sexo masculino. No entanto, no sexo feminino as PR atingiram melhores índices. No mapa dos indicadores sociais georreferenciados observamos que o RS apresenta a menor densidade demográfica dos três estados. Ao citarmos os indicadores econômicos SC apresenta o maior PIB/per capita dos três Estados e ao mesmo tempo tem a menor participação no PIB nacional. Nos indicadores sociais SC se destaca positivamente quando comparado aos outros dois estados. É o melhor índice de desenvolvimento humano, melhor índice de desenvolvimento juvenil, a melhor distribuição de renda (coeficiente de Gini) e a menor taxa de analfabetismo. O RS apresenta a menor taxa de mortalidade infantil. No cenário elaborado, realizamos uma associação entre o IMC e as variáveis da aptidão física relacionada à saúde de acordo com a bateria de testes do PROESP. Constatamos que existem associações significativas entre as variáveis IMC - Resistência Geral e IMC - Força/Resistência Abdominal (p=0,000). Já com relação à associação entre IMC – Flexibilidade não houve associação significativa (p>0,005). Assim o risco estimado para os avaliados que não atendem o ponto de corte para a resistência geral é de 147% (RR=2,47) para os meninos e 88% (RR=1,88) para as meninas, de também não atingirem o ponto de corte do IMC. Na força/resistência abdominal 96% (RR=1,96) de risco dos meninos que não atingiram o ponto de corte nessa variável de também não atingirem no IMC, ao fazer essa mesma análise para o sexo feminino constatou-se que existe um risco de 90% (RR=1,90). Os pontos de corte utilizados para as duas variáveis são propostas pelo PROESP-BR (2009). A utilização da técnica de mapas e cenários nos permite ter uma ampla visão dos resultados atingidos pelo PROESP-BR, disponibilizando subsídios, georreferenciados, para aprofundar nossos estudos sobre determinados fenômenos referentes ao crescimento somático e aptidão física de crianças e jovens.

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