Marcha de Pacientes com Doença Arterial Obstrutiva Periférica e Claudicação Intermitente
Por Samantha Torres Grams (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 15, n 4, 2009.
Resumo
INTRODUÇÃO: Pacientes com doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e claudicação intermitente (CI) apresentam prejuízo no desempenho de caminhada e alterações nos parâmetros espaço-temporais da marcha, mesmo na ausência de dor. OBJETIVO: Analisar os parâmetros espaço-temporais da marcha de pacientes com DAOP e CI participantes de programa de reabilitação. MÉTODOS: A amostra foi constituída por 12 pacientes com DAOP e CI, sendo 75% do sexo masculino e idade média de 63,3 ± 8,6 anos. Todos os pacientes participavam de programa de reabilitação e apresentavam melhora no desempenho de caminhada após os tratamentos; sete foram avaliados em longo prazo (de seis a 24 meses) e cinco em curto prazo (dois meses). Velocidade, comprimento da passada e cadência foram analisados antes e logo após o início da claudicação em pista de 6m de papel. A claudicação foi induzida por meio de caminhada em esteira ergométrica. As avaliações foram realizadas ao final dos tratamentos e analisadas inter e intragrupos. RESULTADOS: Velocidade de marcha (1,06m/s ± 0,29 vs 1,10m/s ± 0,06), comprimento da passada (1,34m ± 0,27 vs 1,33m ± 0,11) e cadência (93,81 passos/min ± 7,20 vs 99,84 passos/min ± 8,99) foram similares entre os grupos tratados em curto e em longo prazos (p > 0,05). Na avaliação intragrupos, ocorreu diminuição significativa no comprimento da passada dos pacientes tratados em curto prazo após a indução da claudicação (1,34m ± 0,27 vs 1,09m ± 0,03), com p = 0,05. CONCLUSÃO: Não ocorreram diferenças significativas nos parâmetros espaço-temporais da marcha entre os grupos. As características da marcha persistem, inclusive na ausência da dor e com a melhora do desempenho de caminhada, em pacientes participantes de programa de reabilitação.