Maria Montessori: feminista e pedagoga transnacional
Por Norberto Dallabrida (Autor).
Resumo
A relevância pedagógica do método Montessori deve-se ao fato de desenvolver a autonomia nas crianças por meio do uso de materiais didáticos afeitos à cultura infantil, dando nova formatação à sala de aula. Os materiais montessorianos são autocorretivos, deslocando a centralidade da aprendizagem para o aluno. Dessa forma, o docente transforma-se em um facilitador da aprendizagem, que deve observar muito, como um cientista, e orientar as atividades das crianças. Munida de um conhecimento multidisciplinar adquirido no campo da Medicina, da Antropologia e da Pedagogia e com uma sensibilidade excepcional, Montessori passou a problematizar a educação “tradicional” porque ela inibia a aprendizagem da criança. Para tanto, buscou reler obras dos autores da tradição inovadora da Educação Nova, cujo ponto de partida é o Emílio de Rousseau, que teve desdobramentos em experiências e ideias de Pestalozzi e de Froebel. Apropriou-se também de reflexões de Itard e Séguin, médicos franceses que realizaram um trabalho educativo pioneiro com crianças com deficiência. Montessori foi enriquecendo e adensando as suas ideias pedagógicas e os seus ensaios na educação de crianças à luz de acenos positivos, bem como de críticas e de sugestões. Contudo, sustentou o núcleo pedagógico do seu método, que comungava com várias premissas do movimento da Educação Nova mas tinha uma singularidade inconfundível.
Referências
SEVESO, Gabriella. Maria Montessori: uma pedagoga que atravessa fronteiras. Curitiba: Editora Appris, 2024.