Resumo

As máscaras faciais tornaram-se importante estratégia para conter a disseminação e o contágio por coronavírus (SARS-COV-2) durante a pandemia de covid-19, para crianças a partir dos seis anos de idade. Entretanto, a barreira física causada por sua presença evidentemente modifica a maneira como as crianças respiram e praticam atividades físicas. Portanto, o uso de máscaras poderia interferir em seu desempenho físico e motor de maneira geral e, mais especificamente, na aptidão cardiorrespiratória. OBJETIVO: Analisar o efeito do uso de máscaras faciais sobre a aptidão cardiorrespiratória, a percepção de esforço e a opinião de escolares sobre seu uso em aulas de Educação Física. MÉTODOS: Este estudo é um quase-experimento com abordagem mista. Participaram 111 crianças na etapa quantitativa e 134 na etapa qualitativa, meninos e meninas entre 9 e 10 anos, em Garopaba-SC. Utilizou-se teste de corrida/caminhada de 6 minutos; teste de velocidade em 20 metros; escala de percepção de esforço, realizados com e sem máscaras, além de entrevista semiestruturada e em grupos. RESULTADOS: : A média do teste de corrida/caminhada de 6 minutos com máscara foi de 688,8 (DP±117,35) metros e sem máscara foi de 780,6 (DP±146,83) metros, evidenciando diferença estatisticamente significativa (p0,05). Nas respostas à entrevista, 62,7% dos estudantes responderam preferir realizar as aulas de educação física sem máscaras, principalmente por sensações como falta de ar (dispneia), mal-estar, tontura, calor ou coceira. 37,3% afirmaram preferir realizar as aulas com máscaras, pois ainda têm receio de pegar/transmitir covid-19. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos neste estudo refletem a necessidade de redução de volume e intensidade das atividades propostas nas aulas de Educação Física, bem como do tempo de duração das mesmas, quando for necessária a utilização de máscaras faciais.

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