Resumo

Introdução. A avaliação da maturação sexual e da maturação óssea é relevante para a seleção e detecção de talentos esportivos de jovens atletas. Contudo, não há consenso do seu impacto quando comparada com testes de capacidades físicas em crianças e jovens, apresentando influências diferenciadas de indivíduo para indivíduo. Tendo em vista que a avaliação dos níveis maturacionais é uma técnica eficaz para a detecção e seleção de talentos esportivos, é possível que a mesma seja impactante no processo de desenvolvimento motor, como também no melhoramento das capacidades físicas de crianças e jovens praticantes de esporte em alto rendimento. Objetivo. Analisar o crescimento, a maturação óssea, maturação sexual e o desempenho físico na aplicabilidade dos modelos avaliativos, PROESP-BR e ÍNDICE Z, na seleção e detecção de talentos de jovens atletas escolares. Metodologia. Trata-se de um estudo descritivo de característica longitudinal de medidas repetidas, cuja população é de 215 jovens atletas escolares de alto rendimento (129 meninos e 96 meninas), participantes dos jogos escolares paraibanos, com idades cronológicas de 11 a 14 anos. Para a avaliação antropométrica, foram aferidas medidas de massa corporal, estatura, envergadura, altura total, perimetrias, diâmetros e dobras cutâneas. A maturação biológica foi determinada pela autoavaliação das pranchas de Tanner e Raios-X, pelo método de Greulich-Pyle. O desempenho das capacidades físicas foi determinado por testes de corrida/caminhada de 9min, exercício abdominal, salto horizontal, salto vertical, sentar-e-alcançar, corrida de 20 metros, teste do quadrado, arremesso do medicineball, dinamometria dorsal e dinamometria manual. Foi utilizado o programa estatístico SPSS 15.0. Foram utilizadas estatísticas descritivas de média, desvio-padrão e Escore Z. Foram realizados os testes t-Student e ANOVA ONE-WAY para as inferências estatísticas na forma de testes de hipóteses paramétricos, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para testes não paramétricos, com grupos independentes e Wilcoxon na comparação de grupos emparelhados. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov. Foi verificada a homocedasticidade através da Análise de Variância (Teste F) e pelo teste de Levene. Foi utilizada a variação delta percentual (Δ%). O nível de significância adotado foi p<0,05. Resultados. Os indivíduos com os níveis maturacionais mais avançados obtiveram escores mais significativos, evidenciando um avanço precoce na maturação sexual e na maturação óssea, observando diferenças significativas para os seguintes testes das capacidades físicas quando comparados com a maturação óssea: dinamometria dorsal (p<0,003), dinamometria manual (p<0,004), corrida de 20m (p<0,022), arremesso do medicineball (p<0,028), salto vertical (p<0,025) e corrida/caminhada de 9min. (p<0,004). Na comparação do estadiamento da maturação sexual com os testes das capacidades físicas, observaram-se diferenças estatisticamente significativas para os seguintes testes: salto vertical (p<0,001), corrida de 20m. (p<0,004), arremesso do medicineball (p<0,002), dinamometria manual (p<0,005) e dinamometria dorsal (p<0,004). Na comparação entre os dois modelos avaliativos estudados, observou-se igualdade de resultados apenas para os testes de corrida/caminhada de 9min. e para o teste do quadrado. Conclusão. A maturação biológica foi impactante nos testes das capacidades físicas, cujos indivíduos mais maturados apresentaram resultados superiores. Já na comparação entre os modelos PROES-BR E ÍNDICE Z a maturação biológica não se mostrou impactante, evidenciando igualdade de resultados apenas para a capacidade cardiorrespiratória e para a agilidade.   
 

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