Resumo

Estabilidade articular é um requisito essencial durante a realização de atividades esportivas e de vida diária. Profissionais da área desportiva comumente lidam com indivíduos apresentando queixas de limitação funcional por instabilidade articular. A compreensão dos fatores que acompanham a evolução deste processo é primordial para a definição adequada de um programa de intervenção. Não existe um consenso na literatura sobre a existência de um mecanismo primário de estabilidade articular. Acredita-se que a presença de estruturas neurais nas articulações, ligamentos e músculos, esteja relacionada com algum mecanismo neuromuscular de estabilização. O propósito desta revisão foi analisar o papel dos mecanismos de propriocepção, reflexo ligamento-muscular e ajuste da rigidez através da co-contração muscular no processo de estabilização, discutindo suas limitações e adequações para explicar o controle da estabilidade articular. A propriocepção e o reflexo ligamento-muscular apresentam algumas limitações, como o tempo necessário para responder ao estímulo externo, que seria insuficiente para proteger a articulação. O ajuste dinâmico e contínuo da rigidez através da co-contração muscular permite que o indivíduo esteja preparado para lidar com as perturbações impostas durante atividades funcionais e parece ser o mecanismo mais eficiente no controle da estabilidade. É preciso que pesquisas adicionais investiguem esse mecanismo em situações dinâmicas para fornecer evidências sólidas do seu papel no processo de estabilidade. PALAVRAS-CHAVE: estabilidade articular, co-contração, rigidez, propriocepção, tempo de reação.