Medida de Confiabilidade da Deformidade da Caixa Torácica Por Um Software de Avaliação Postural em Pacientes com Escoliose Idiopática do Adolescente
Por Bruna Marques de Almeida Saraiva (Autor), Thais Moraes de Vieira (Autor), Anderson Sales Alexandre (Autor), Geferson da Silva Araujo (Autor), Milena Carlos Vidotto (Autor), Evandro Fornias Sperandio (Autor), Victor Zuniga Dourado (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 22, 2020.
Resumo
A escoliose idiopática do adolescente (AIS) é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral que gera alterações na biomecânica da caixa torácica. A fotogrametria digital permite o registro de mudanças sutis e a inter-relação entre partes do corpo humano que são difíceis de medir por outros meios. O objetivo deste estudo foi criar ângulos e distâncias torácicas e avaliar a confiabilidade interobservador e intraobservador dessas medidas usando o Software de Avaliação Postural(SAPO) em pacientes com AIS. Este estudo transversal avaliou 30 indivíduos com idades entre 11 e 18 anos com EIA. Utilizamos o SAPO com os marcadores torácicos na forma de ângulos (A) e distâncias (D), envolvendo estruturas como acrômio, manúbrio, processo xifóide, ângulo inferior da escápula, última costela falsa, processo da espinha ilíaca anterior. Dois observadores experientes (A e B) analisaram as fotos e todos seguiram a mesma rotina de análise. A reprodutibilidade intraobservador e interobservador foi avaliada pelo gráfico de Bland-Altman e coeficiente de correlação intraclasse (CCI), enquanto a confiabilidade intraobservador e interobservador foi avaliada pelo Teste T e Teste de Wilcoxon. Um alto índice de repetibilidade foi obtido entre as avaliações, com doze das dezesseis variáveis consideradas confiáveis em todos os testes estatísticos. As análises interobservadores apresentaram excelentes coeficientes de correlação (CCI), mostrando boa confiabilidade para seis das dezesseis variáveis propostas. O método SAPO apresentou boa reprodutibilidade e confiabilidade para a maioria dos marcadores torácicos criados, mostrando que a fotogrametria pode ser uma ferramenta complementar na avaliação de alterações torácicas em pacientes com EIA.
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