Medidas originais ou ajustadas ao modelo phantom, qual utilizar para diagnosticar a lipodistrofia em pessoas vivendo com hiv/aids?
Por André P. dos Santos (Autor), Pedro P. Abdalla (Autor), Thiago C. Alves (Autor), Ana Cláudia R. Venturini (Autor), Anderson M. Navarro (Autor), Dalmo R.L. Machado (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As alterações morfológicas (lipodistrofia) oriundas da Síndrome Lipodistrófica do HIV são diagnosticadas na área clínica de forma subjetiva ou por métodos indiretos de análise da composição corporal. Essa desarmonia na distribuição da gordura corporal foge aos padrões naturais, não havendo um método objetivo, de fácil acesso, baixo custo operacional e que seja referenciado em um modelo de proporcionalidade corporal para o diagnóstico dessa condição em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA). OBJETIVO: Propor pontos de corte para as medidas antropométricas que melhor distinguem as características da lipodistrofia a partir de um modelo morfológico referencial ―Phantom‖ em PVHA. MÉTODOS: foram medidos 106 PVHA (Masc=65, Fem=41) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. As medidas incluíram 19 perímetros corporais e seis dobras cutâneas. Os pacientes foram classificados como lipodistróficos (LD) e não lipodistróficos (NLD) a partir do diagnóstico subjetivo (SUTINEN; JARVINEN, 2006). O modelo de proporcionalidade corporal Phantom foi utilizado como referência para o cálculo do índice Z (IZ) para cada medida antropométrica. Para verificar o tamanho do efeito da lipodistrofia nas medidas antropométricas originais e de IZ, foi calculado o ―effect size‖ (COHEN, 1988). Curvas ROC foram utilizadas para estabelecer pontos de corte somente para as medidas antropométricas originais e de IZ que apresentaram diferenças entre os grupos LD e NLD com p < 0,01 e área sob a curva (AUC) maior que 70%. RESULTADOS: Foram propostos mais pontos de corte para as medidas de IZ (n = 20) do que as originais (n = 17). Foi observado um maior efeito da lipodistrofia e uma maior AUC média dos pontos de corte nas medidas de IZ (AUC = 78%) comparadas às medidas originais (AUC = 76%). Ao testar o ponto de corte de cada medida antropométrica para distinguir os grupos LD e NLD classificados a partir do diagnóstico subjetivo, houve uma maior porcentagem média de acertos para as medidas de IZ (75,2%) comparadas às medidas originais (70,4%); em média, dois pacientes a mais em relação às medidas originais e em ambos os sexos. CONCLUSÃO: Foram proprostos pontos de corte com poder de distinção entre LD e NLD. As medidas ajustadas ao modelo Phantom distinguem melhor a desarmonia corporal, possibilitando a proposição do diagnóstico para a lipodistrofia a partir de um modelo morfológico referencial de maneira objetiva e com baixo custo operacional.