Resumo

Tendo como horizonte as mobilizações sociais havidas a partir de junho de 2013 no Brasil, buscaremos tecer considerações acerca dos megaeventos esportivos em solo brasileiro como expressão maior de uma determinada lógica de desenvolvimento urbano e menos de uma política esportiva propriamente dita, atentando para seus impactos na América do Sul.
Neste particular, focaremos o paradoxo presente entorno do discurso oficial centrado no reconhecimento do Esporte como Direito Social e de uma prática comprometida com concepção neo-desenvolvimentista de planejamento urbano, ratificadora de sua apreensão como produto passível de ser mercantilizado com alto apelo no campo dos negócios.
É neste contexto que os megaeventos esportivos se apresentam como artífices da referida lógica, fazendo com que a política esportiva a ela se subordine de forma consentida, por motivos por nós identificados e explorados.
Assim, i) sociedade civil organizada em movimentos sociais refratários à realização dos referidos megaeventos esportivos, por conta da existência de prioridades de apelo social mais premente, além da lógica organizativa deles, nefasta aos setores menos favorecidos da sociedade brasileira; e ii) iniciativas governamentais falseadoras da participação popular nas ações de elaboração, execução e fiscalização das políticas esportivas – tais como a Conferência Nacional de Esporte se apresentou — serão tratadas, sem perder de vista a maneira como a mídia em geral e a especializada, em particular, vem dando ressonância de seus sentidos e significados na formatação da opinião pública.

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