Megaeventos esportivos e promoção do turismo internacional: um estudo das representações sobre o corpo nos jogos olímpicos do México de 1968

Por Alisson Bertão Machado (Autor), Allan Fernando Zardo da Silva (Autor),

Parte de Política e sociologia do esporte . páginas 71 - 95

Resumo

Ao olharmos para a atual relação entre o esporte e a política, é importante a consideração dos megaeventos esportivos como algumas das maiores “personifcações” das disputas e conflitos que perpassam esses campos sociais (roche, 2000). Interessante que esse fenômeno ocorre apesar de os Jogos Olímpicos carregarem a bandeira de ser um evento “apolítico”, ecoando as ideias do barão Pierre de Coubertin que impulsionaram o esporte internacionalmente desde o fnal do século XIX (rosina, 2018). Dessa forma, o movimento olímpico já surge com forte conotação política, principalmente pelo modelo de representações nacionais e pela dinâmica do evento (sede em uma única cidade, uso dos uniformes e cores do país, hasteamento das bandeiras e execução dos hinos nacionais). Com isso, nos Jogos Olímpicos, aspectos como o nacionalismo e o patriotismo sempre estiveram muito presentes e impactaram, sobremaneira, as disputas políticas que esse evento esportivo tem, sobretudo, como capital simbólico que Estados-nação utilizaram para as disputas do jogo político global — algo a ser observado, concretamente, no empenho em sediarem os Jogos Olímpicos, ou por meio da performance dos atletas nas competições (bourdieu, 1997; rosina, 2018).