Resumo

O período de transição do ciclo menstrual regular para o irregular, a perimenopausa, é essencial para promoção de saúde. O possível declínio funcional, influenciado por fatores endógenos e exógenos, pode ser modulado por exercício físico. OBJETIVO: Avaliar a marcha funcional, memória de curto e longo prazo e estado redox hipocampal de ratas na periestropausa (PE) após treinamento resistido (TR). METODOLOGIA: Ratas na PE (17 a 21 meses), aderentes ao exercício físico constituíram os grupos não treinado (NT; n=10) e TR (n=10); (CEUA 585/2021). Os animais do grupo TR realizaram escalada em escada (3x/semana/4 meses) em dias alternados. Cada sessão de TR consistiu em 6 séries (subidas), com período de descanso de 2 minutos entre cada série. O teste de capacidade de carregamento voluntário máximo (CCVM) foi realizado para determinação da carga de 60% (1? semana), 70% (2? semana), 80% na 3? semana e até o final do período experimental, sendo reavaliada mensalmente para readequação da carga. Os testes de deambulação e reconhecimento de objetos foram realizados no início (17meses) e ao final do período experimental (21 meses). Os hipocampos (21 meses) foram submetidos as análises do estado redox e atividade da enzima citrato sintase (CS). Dados foram submetidos a análise one-way ANOVA (CCVM) e Teste-t (x? ± EPM; GraphPad Prism 8). RESULTADOS: Animais que realizaram TR apresentaram aumento de força (746,0 ± 29,8) em relação aos animais NT (330,0±5,8). O comprimento da passada dos animais NT/21 meses foi menor (5,4±0,33) quando comparado aos seus 17 meses (6,2±0,3) e aos animais TR/21 meses (7,0±0,2). A largura de passada do grupo TR/21 meses foi semelhante aos 17 meses (3,9±0,1) e menor em comparação ao grupo NT/21 meses (4,5±0,2). Foi evidenciado melhora da memória de curto (0,90±0,03) e longo (0,72± 0,05) prazo nos animais TR, quando comparados aos 17 meses (0,63 ±0,03), e ao grupo 21 meses/NT (0,62±0,05; 0,41±0,05). A avaliação do dano oxidativo proteico mostrou aumento proteína carbonilada (77,2 ±8,8) e diminuição do dano lipídico (0,2±0,04) após a realização do TR. Menor atividade das defesas antioxidantes enzimáticas, superóxido dismutase (0,7±0,06) e catalase (0,4±0,07) no grupo TR. A atividade da CS foi maior nos animais submetidos ao TR (8,5±2,1). CONCLUSÃO: Os resultados evidenciaram capacidade de reparo decorrente do treinamento resistido, realizado regularmente e com intensidade moderada a alta no período da periestropausa.