Melhora do Tempo de Salvamento Aquático Obtido com Treinamentos de Tração no Corpo de Bombeiros de Araras
Por Evelaine Carolina Ghirardini (Autor), Paulo Henrique Canciglieri (Autor).
Em Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte v. 7, n 3, 2008.
Resumo
Treinar significa tornar-se apto à pratica de uma função, seja esta numa modalidade esportiva, ou mesmo profissional. A garantia da performance decorrente de um treinamento está interligada à participação do treinador e seu aluno/atleta, ou seja, para que se tenha melhoria de rendimento, há a necessidade da sintonia entre seus participantes. Além disso, treinar significa facilitar o entendimento e a responsabilidade de seus atos, buscando com isto a diminuição do estresse físico e mental nos momentos cruciais de uma partida ou de um salvamento. Este trabalho teve como objetivo melhorar o condicionamento físico em salvamentos aquáticos de 10 bombeiros da cidade de Araras. Os treinamentos aconteceram 2 vezes por semana, num período de 2 horas a cada encontro durante 6 meses. Para os treinamentos de resistência foi escolhido o método de regra de punho, pausa vantajosa e contínua. Para os treinamentos mais específicos foi evidenciado o de tração com Garrote de Látex n8, seguindo a pausa vantajosa. Para avaliação da eficácia do treinamento e a aplicabilidade do dia a dia dos bombeiros foi realizada simulações de resgate no início e no final do processo indicando como média a diferença de tempos para a entrada do bombeiro e chegada à vítima em 16”. Para o teste que solicitava o tempo desde a entrada na água, chegada ao afogado e retirada da vítima até as margens, foi constatado uma diferença em média de tempo de 57”. O tempo de 16” para chegada à vítima que está em meio líquido indica clara evidência de que, em casos de afogamento, o socorro imediato retiraria a vítima já submersa e com grandes chances de morte, enquadrada no grau 5, penúltimo da escala: apnéia, pulso arterial, quadro de leve à profunda inconsciência, secreção nasal e oral, caminhando para parada cardiorrespiratória. Quanto à análise do tempo de chegada à vítima e retirada até da mesma às margens, tendo como média a diferença de 57”, evidencia possível morte por falta de oxigenação e demora dos primeiros socorros. Num contexto mais prático, espera-se que a partir destas, novas metodologias para este fim sejam inseridas no treinamento militar, em especial a resgates de vítimas de afogados.