Resumo
362011 Há o devido espaço para as memórias e histórias do futebol? Existe uma memória do universo futebolístico que se faz mais difundida? Ao buscar respostas para tais questões, é possível perceber que, apesar de toda a diversidade e do alcance do fenômeno nas mais diversas regiões do país,contraditoriamente, identifica-se o predomínio de uma memória do futebol no Brasil que se faz divulgada constantemente através dos mais variados meios, ou seja, há uma tendência à busca pela singularidade, ao estabelecimento de uma visão do passado que procura repetir alguns dados e, na mesma intensidade, acaba por silenciar outros, constituindo, dessa forma, uma ideia que se pretende generalizante do que seria um modelo defutebol brasileiro.Assim, considerando o quanto é intensa a relação entre futebol e memória, esta dissertação tem por objetivo principal problematizar as construções a respeito do passado do universo futebolístico, buscando analisar a trajetória percorrida por alguns membros desse meio das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, nos momentos que envolveram a participação da Seleção Brasileira nas primeiras Copas do Mundo do pós-guerra, mais exatamente, do período de abstinência da disputa da Taça Jules Rimet, nos anos 1940, aos dias movimentados dos jogos dos Campeonatos Mundiais de 1950 - realizado no Brasil - e de 1954 - vivido em território suíço. Através da análise de diversas fontes, como jornais (especialmente os da Fundação Cásper Líbero), revistas e memórias, procurou-se ressaltar as expectativas, as euforias e as decepções, entre diversos sujeitos participantes de diferentes grupos diretamente envolvidos com o universo do futebol da época – autoridades de Estado, dirigentes esportivos, jogadores, imprensa, torcedores. Histórias que contribuíram para tornar o futebol esse fenômeno social de enorme relevância que se verifica atualmente