Resumo

Esta pesquisa insere-se na historiografia do futebol brasileiro. Ao tomar, intencionalmente, a cidade de Pelotas, RS, como a delimitação espacial da investigação, faço um deslocamento geográfico dos estudos históricos do futebol que priorizam o eixo Rio – São Paulo. A partir de fontes empíricas e do diálogo com a bibliografia, assinalo algumas singularidades do futebol da região, interiorana do Rio Grande do Sul, tais como: os vínculos com o futebol uruguaio e argentino, a sua profissionalização, a inclusão e a exclusão dos negros e a multiplicação dos times “infames.” Parto da sua emergência em Pelotas, ocorrida na primeira década do século XX, para logo depois enfocar a sua proliferação e democratização, a partir dos anos 20. Mesmo sendo um estudo histórico, não sigo nenhuma periodicidade temporal linear, ano ou década, e teço reflexões provenientes das Ciências da Cultura (história, sociologia, antropologia). Utilizei fontes orais, escritas e imagéticas. Em alguns momentos predominam as fontes escritas, retiradas de jornais, e em outros a oralidade – treze depoimentos. As imagens, com suas singulares contribuições, somam-se às fontes orais e escritas e povoam o trabalho do início ao fim. O presente estudo pode ser caracterizado como uma reflexão das mutações do futebol pelotense a partir de suas memórias: oral, escrita e visual.

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