Mercado fitness e febre do whey vivem boom no Brasil, mas todo mundo está mesmo se exercitando?
Por Gabriel Rodrigues (Autor).
Resumo
O brasileiro nunca esteve tão saudável. É o que pode fazer acreditar o boom de academias abertas no país, a variedade de roupas de musculação disponíveis e as fileiras de caixinhas de whey nos supermercados. O mercado fitness de fato está em alta, com projeção de valer quase R$ 34,8 bilhões nos próximos anos só no segmento de nutrição esportiva e vestuário, de acordo com a consultoria Euromonitor International. As apostas do mercado são altas, e a pressão para queimar gordura e ganhar cada dia mais músculos apresenta ao consumidor crescentes opções — nem todas elas saudáveis ou acessíveis.
O número de academias e similares no Brasil aumentou 32,2% desde 2019 e passou de 59,4 mil para 78,5 mil — não coincidentemente, impulsionado pela preocupação com a saúde após a pandemia de Covid-19. Minas Gerais está acima da tendência nacional e viu um crescimento de 41% de estabelecimentos nesse período, de 3,3 mil para 4,6 mil, de acordo com o Conselho Federal de Educação Física (Confef). Outros setores cresceram nessa esteira. O faturamento do mercado de nutrição esportiva, que inclui os populares creatina e whey, disparou quase 69% de 2019 a 2023 e deve mais do que dobrar nos próximos quatro anos, a ponto de alcançar R$ 9,6 bilhões, segundo a Euromonitor International.