Resumo

Este artigo investiga como processos de racialização e a ideologia do colorismo operam nos jogos de futebol disputados, na cidade de São Paulo, entre times de brasileiros negros contra times de brasileiros brancos entre 1927 e 1939 e em uma partida de 2003 registrada pelo documentário Preto contra branco. Com base em interpretações de autores que analisaram textos jornalísticos sobre essas partidas, ele argumenta que esses jogos encarnam narrativas políticas que se contrapõem à ideologia do colorismo. Essas disputas também estabelecem uma divisão racial semelhante à regra da gota única nos Estados Unidos e subversivamente a reencenam para desestabilizar o mito da democracia racial no Brasil. Desafiando um discurso colorista que promove uma integração nacional limitada enquanto reforça uma hierarquia racial, essas partidas representam uma crítica ao racismo e ao mito da harmonia entre as raças. Eles também contestam a noção redutora de Gilberto Freyre de que os afro-brasileiros jogam o futebol como “uma arte de songamonga”.

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