Método Comparativo da Percepção Individual do Impacto no Solo, na Aterrissagem do Arremesso em Suspensão dos Jogadores de Handebol da Seleção Norte Americana e do Brasil, com a Utilização de Calçados Esportivos
Por Christian Rodrigues (Autor), Gustavo Pasqualini de Sousa (Autor), Hérica Emília da Costa Pasqualini (Autor), Luiz Alberto Batista (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Integra
Não obstante o uso de calçados apropriados contribuírem de forma significativa
com a redução da incidência de lesões em decorrência da prática esportiva (CAVANAGH,
1989), principalmente nos saltos, onde forças 20 vezes superiores ao peso corporal
agem sobre o corpo (AMADIO, 1996), estudos epidemiológicos têm demonstrado
que mesmo com o uso de calçados ditos "choque absorventes", lesões relacionadas
com a prática de atividades físico-esportivas continuam a ocorrer em grande escala
(CLEMENTE, 1981). Existem evidências de que o nível de percepção, por parte do
atleta, do posicionamento e orientação da superfície plantar em relação a perna,
tanto em condições estáticas como em dinâmicas, é afetado pelo calçado (ROBBINS
& WAKED, 1999), sendo também possível que esta afetação esteja influenciando na
capacidade do atleta em responder aos intervenientes cinemáticos lesivos. Diante
do exposto o propósito deste estudo foi verificar percepções acerca dos calçados na
prática do handebol. A amostra foi constituída por 24 jogadores, 12 da seleção
Brasileira e 12 da Norte Americana. Para coleta dos dados foi utilizado um questionário
com perguntas fechadas e para a estimativa subjetiva do amortecimento foi utilizado
o modelo proposto por HENNING et al. (1996). Como resultado obtivemos que a
principal expectativa dos praticantes está relacionada com a aderência do calçado no
solo (66,66%). Quanto as características do calçado utilizado os jogadores Brasileiros
descreveram-no com tendo o cano médio ou curto (41,66%), um solado macio
(66,66%), de média altura (83,33%) e com uma grande aderência (75%). Já os
jogadores dos Estados Unidos referiram cano de altura média (58,33%), um solado
macio (58,33%), de média altura (66,66%) e de grande aderência (75%). Para os dois
grupos as entorses com lesões ligamentares, tanto do tornozelo quanto do joelho,
estão 100% relacionados ao tipo de calçado esportivo. De acordo com os jogadores
do Brasil 16,66%, não sentem nenhum desconforto nos pés e 83,33% sentem.
Entre os norte-americanos 25% não sentem nenhum desconforto nos pés ao final
de uma partida e 75% sentem. Concluímos que os atletas possuem uma clara noção
da forma de calçado que utilizam, acreditam que esta constituição seja fator importante
na instalação de quadros lesivos e, em sua maioria, sentem desconforto para realizar
determinada tarefa motora inerente ao esporte que praticam.