Resumo

Este estudo teve como objetivo comparar o efeito agudo de três métodos de recuperação pós-exercício (recuperação ativa, passiva e crioterapia) sobre o desempenho físico, marcadores fisiológicos, psicológicos, bioquímicos e imunológicos, bem como os sentidos atribuídos por sujeitos treinados. Doze corredores treinados em provas de meio-fundo e fundo, voluntários, do gênero masculino (idade: 20,6 ± 1,7 anos; Massa corporal: 64,1 ± 5,6 Kg; Estatura: 1,74 ± 0,05 m.; Gordura corporal: 6,8 ± 2,7 %; VO2máx: 57,0 ± 5,9 mL.Kg-1.min-1; vVO2máx: 15,7 ± 1,7 Km/h; Tlim: 603 ± 243 s.) realizaram três corridas de 30 minutos, em esteira rolante, a 80% da vVO2max, estimado através de teste incremental. Em seguida foram aplicados os métodos de recuperação ativa (corrida a 40% da vVO2max), passiva (sentado em uma cadeira) e crioterapia (imersão em água com gelo quebrado a 5° [±1º] até a altura da crista ilíaca) por 20 minutos, em ordem contrabalanceada. Logo após, os sujeitos realizaram um teste de corrida (Tlim) a 100% da vVO2max. Uma semana antes da realização dos testes, foi realizado um procedimento de familiarização com os métodos de recuperação a serem aplicados. As taxas dos marcadores tempo limite de corrida, distúrbio de humor total, razão fadiga/vigor, percepção subjetiva de esforço, frequência cardíaca, lactato, IL-6, TNF-, leucócitos, neutrófilos, monócitos e linfócitos foram mensuradas no momento anterior a corrida (M1), após a corrida na esteira rolante (M2), imediatamente após a aplicação dos métodos recuperativos (M3) e após a aplicação do teste de corrida tempo limite (M4), exceto a PSE que foi mensurado no M1 e M4, e o Tlim e a entrevista (para análise de representações sociais) que foram realizadas no M4. Foram retirados 18ml de sangue venoso, em cada momento de coleta, para realização dos procedimentos de análise sanguínea. Após os resultados concluímos que o uso dos métodos de recuperação ativa, passiva ou crioterapia durante 20 minutos após uma corrida de 30 minutos a 80%vVO2máx não afetou o desempenho subsequente de corrida a 100%vVO2máx até a exaustão. A crioterapia promove maior queda na frequência cardíaca e menor remoção de lactato após exercício a 80%vVO2máx comparada aos métodos de recuperação ativa e passiva, promovendo maior produção de lactato e menor resposta cronotrópica durante corrida subsequente a 100%vVO2máx até a exaustão e que o uso da crioterapia não interfere na percepção de esforço e nas respostas psicológicas após o esforço, mas induz uma maior perturbação sobre os marcadores imunológicos, especificamente, sobre leucócitos e linfócitos. Na perspectiva qualitativa, verificou-se uma variedade discursiva sobre a escolha do melhor método de recuperação. Os sentidos que mais se destacaram foram: uma maior leveza do corpo, acalmando a musculatura e fica mais... assim, relaxado na crioterapia; ação natural do corpo e quando se está cansado paramos para descansar na recuperação passiva e; continuidade de movimentos, operabilidade, manutenção do ritmo e da normalidade na recuperação ativa

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