Miastenia Grave, Impacto de Um Programa de Treinamento de 88 Semanas: Um Estudo de Caso
Por Lidia Klein (Autor), Moacir Pereira Júnior (Autor), Francisco Navarro (Autor), Fabio Henrique Ornellas (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 21, n 4, 2013. Da página 112 a 120
Resumo
Introdução: A Miastenia Grave é uma doença autoimune e incomum, causada pela falha de transmissão neuromuscular que aciona autoanticorpos contra receptores musculares nicotínicos de acetilcolina pós-sinápticos, reduzindo o número de receptores íntegros para a interação com a acetilcolina livre, gerando uma falha na placa terminal, que debilita a contração muscular e leva a fraqueza, geralmente iniciado pela fadiga nos músculos faciais e posteriormente no músculo diafragma e deglutição, podendo acometer os músculos de membros inferiores e superiores Objetivo: Este estudo relata 21 meses de treinamento físico, composto pelo treino aeróbio e neuromuscular em um indivíduo diagnosticado com miastenia grave. Materiais e Métodos: Participou deste relato 01 (um) indivíduo, gênero feminino, idade de 67 anos, diagnosticada com miastenia grave no ano de 1998. Foram analisados os exames eletroneuromiográficos e sanguíneos dos valores de glicemia, hemoglobina glicada, LDL-colesterol, HDL-colesterol, VLDL-colesterol, colesterol total, triglicérides e creatinina. Já para a avaliação física foram coletados os valores da circunferência abdominal, peso corporal total, massa magra, massa gorda e o percentual de gordura corporal. Foram feitas cinco solicitações: pré-treino, após 24, 52, 72 e 88 semanas para os exames sanguíneos e foram feitas quatro avaliações físicas: pré-treino, 28 semanas, 56 semanas e 84 semanas para a composição corporal. Resultados: Houve redução na glicemia (5 mg/dl), hemoglibina Glicada (0,1%), LDL-colesterol, (4 mg/dL), VLDL-colesterol, (2 mg/dl), creatinina (0,01 mg/dl), massa gorda (6,3 kg), peso total (5,2 kg), percentual de gordura corporal (5,8%) e circunferência abdominal (5,5cm). Houve aumento em HDL-colesterol (1 mg/dl), massa magra (3 kg) e Triglicerídeos (38mg/dl) Não houve alteração no Colesterol total. Conclusão: Conclui-se que o treinamento físico para este indivíduo foi efetivo, pois houve manutenção dos parâmetros sanguíneos, redução do peso corporal total e do percentual de gordura corporal, aumento da massa magra, o que somados trazem ao indivíduo autonomia funcional.