Mobilização Operária e Lazer nos Filmes Metrópolis (1927) e a Greve (1925)
Por Verônica Toledo Ferreira de Carvalho (Autor), Renato Machado Saldanha (Autor).
Em Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL v. 9, n 1, 2022.
Resumo
O cinema é uma possibilidade de fonte para pesquisa. A representação da realidade histórica na tela do cinema também vai de acordo com quem a produz. Ainda assim, é inegável que todo filme carrega elementos do contexto e de sua realidade histórica. Diante disso, o objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa entre as obras Metrópolis (Alemanha, 1927) e A Greve (União Soviética, 1925), destacando o contexto político e social de produção de cada um dos filmes, e as semelhanças e diferenças no modo como os trabalhadores e trabalhadoras, suas lutas e práticas de lazer, estão ali representadas. À primeira vista, Metrópolis e A greve parecem se assemelhar, tecendo certa crítica social ao sistema capitalista. Uma análise mais atenta, porém, desautoriza essa primeira impressão. Os dois filmes, portanto, possuem concepções bem diferentes sobre o potencial da luta coletiva e o papel da classe trabalhadora, e apontam para caminhos políticos opostos.